sexta-feira, 30 de maio de 2008

Guga, Paris 2000

(25 invernos depois) E então veio 2000. Passados Roland Garros de 98 e 99, muitos imaginavam que era mais um sortudo que, numa dessas que acontecem a cada 1000 anos, teve seu grande momento. Eu já acompanhava de perto, do modo como era possível, e via que não era bem assim: alguns bons títulos em Master Series (torneios que só perdem em importância para os Grand Slam) e performances razoáveis.
O ano de 2000 começara bem pra Guga: títulos em Indianápolis e Hamburgo, finais em Roma e Miami. E começa o Aberto da França, o torneio que eu sentia que seria a consagração definitiva.
De cara, duas tranquilas vitórias por 3x0, contra o sueco Vinciguerra e o argentino Charpentier. Guga então pegaria o norte americano Michael Chang, notório eliminador de favoritos em grandes torneios, mas de carreira apenas regular: 3x1 Guga, e a próxima partida contra um grande amigo, o equatoriano Nicolas Lapentti - outro 3x0 sem problemas, exceto pelo tie-break no terceiro set, coisa corriqueira na carreira de Kuerten. E aí veio a pedreira: Yevgeny Kafelnikov, e a possível vingança da eliminação de 97. Kafelna vivia seu auge, e era um dos grande favoritos (tanto é que foi medalha de ouro em Sydney 2000, eliminando inclusive Gustavo Kuerten). Guga venceu o primeiro set mas estava irregular demais. Pra quem conhecia seu jogo, um dado alarmante: seu primeiro serviço, uma das suas armas mais potentes, não entrava. Kafelnikov ganhou os 02 sets seguintes sempre jogando melhor. "Já era", pensei. Aí entra aquele Kuerten que vai ficar marcado na minha cabeça pra sempre: aquele que salva bolas impossíveis. Aquele que descobre espaços onde não tem. Que vibra, que grita (e que geme muito!) a cada ponto. Aquele que desconcerta o adversário com jogadas imprevisíveis. Ganhou o quarto set por 6-4 mesmo não jogando muito bem. Diante de um Kafelna atônito, voltou pra fechar com um arrasador 6-2, marcando 3 sets a 2. Guga nas semifinais de Rolanga, de novo.
O duelo era contra o espanhol Jose Carlos Ferrero, o "mosquito". Ferrero jogava o fino, e tinha um estilo parecido com Guga: muito vigor físico, paciência e força. Um baita primeiro serviço. Mas, arrisco, nos três títulos, talvez seja um dos melhores jogos feitos por Guga, com os mesmos ingredientes da batalha contra Kafelnikov: Guga vence o primeiro set não jogando muito bem, perde os dois seguintes (perdeu o terceiro set por 6-2!) e volta voando pro quarto e quinto sets. Esse jogo contra Ferrero foi de altíssimo nível técnico porque, ao contrário do russo na rodada anterior, o espanhol manteve a pegada até o fim. Qualquer um dos 02 poderia sair vencedor, foi realmente um jogo épico. Daí você entende a idolatria dos franceses por Gustavo Kuerten: ele presenteou o público com um tênis de altíssimo nível, exibindo um carisma cativante e um sorriso idem, mesmo depois de 03 horas e tanto de jogo.
Duas batalhas de mais de 03 horas de duração, em cinco sets, com oscilações perigosas durante os jogos. Eis o Guga que jogaria a final contra Magnus Norman, um sueco que vinha voando e exibia, entre outras credenciais, o título do Aberto de Roma, último Master Series antes de Roland Garros (em cima de Kuerten!), o título em Auckland, Nova Zelândia, em quadra rápida, e a semifinal do Aberto da Austrália, o Grand Slam jogado em Janeiro. E ao contrário de Kuerten, a campanha de Norman foi tranquila, ele vinha exibindo um jogo mais regular. Como torcedor, claro, 02 sensações: o medo de que o cansaço colocaria tudo a perder e a certeza de que aquele tenista que jogou contra Kafelna e Ferrero não merecia perder. E não perderia.
Dois sets a zero, de cara: 6-2, 6-3. "Rá, já era! Outro show!". Terceiro set, Kuerten não vê a cor da bola: 6-2, aula de Norman. Primeiro serviço não entra, Guga não chega nas bolas. "Tá cansado e o Norman tá voando, ferrou!". Quarto set, Magnus Norman sempre na frente. "Meu Deus, não acredito que o cara vai mesmo virar!". Chegou, se a memória não me trai, a ter vários set points, em 5-4 e em 6-5, mas não fechou. Ou era uma passada milagrosa, ou um erro forçado do adversário, ou um ace. O fato é que Guga não se entregava. E veio o tie-break. Como se não tivesse passado por 02 batalhas antes, Guga acaba com o cara. 3 sets a 1, Gustavo Kuerten bi-campeão em Roland Garros. Era o máximo! Será que vinha mais? Vinha - MUITO mais.

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domingo, 25 de maio de 2008

Guga, Paris 97

Queridos, queridas, este post não fala de música. Não fala de literatura. Fala de esporte - mas não fala de futebol. Ou ainda: não é um post sobre esporte, mas sobre um ídolo. É estranho porque ele tem praticamente a minha idade. Aliás, é mais novo do que eu. Mas admiro Gustavo Kuerten desde 1997, aquele título inesquecível em Roland Garros. Então, no meio desse furacão de emoções que a despedida dele me proporcionou, alguns posts sobre o cara.
Eu sempre gostei de tênis. Um esporte que exige do corpo e da mente praticamente na mesma proporção: vc pode ter um físico sensacional, mas se não tiver controle mental, será um jogador medíocre. Por outro lado, de nada adianta ter o melhor preparo psicológico se você não tem condições físicas pra aguentar o jogo. Além disso, é um esporte individual, não há alguém pra culpar. É você contra outro oponente tão solitário quanto - besides duplas, claro. Dont mess with me!
Mas enfim... sempre gostei de tênis. Desde o ocaso de Jimmy Connors e John McEnroe, desde os tempos do gélido (e ótimo) Ivan Lendl e sua frustração por nunca ter vencido em Wimbledon, perdendo para Pat "who da hell are you?" Cash em 87. A era Sampras, com seus duelos e comerciais da Nike com Andre Agassi. Mats Wilander. Stefen Edberg. O tênis brasileiro: peguei o final da carreira do Kirmayr, sofri com Cássio Motta e Luis Mattar (que chegou a nº 29 no ranking mundial). E, acostumado a ver brasuca cair na primeira rodada em tudo quanto é Grand Slam, fiquei feliz quando aquele "Gustavo Kuerten" passou pra segunda rodada em 97. Mas ia pegar o Jonas Bjorkman, sueco que estava em grande fase. "Vai rodar", pensei. Ganhou, 3x1. Na sequência, Thomas Muster, que na época era um dos tenistas mais regulares do circuito. "Agora roda". Ganhou, 3x2, num puta jogo - vi um compacto, se não me engano, na extinta TV Manchete. E iria pegar Andrei Medvedev, ucraniano, um dos favoritos ao título. "Tá cansadaço do jogo com o Muster. E também já foi longe demais". Outro fantástico 3x2, e aí passei a acreditar em algo maior: o cara eliminara 02 tops jogando um tênis de gente grande. Trabalhava em horários loucos, estava de terceiro turno no dia da batalha contra o russo Kafelnikov, o "Kafelna", então emendei direto na frente da TV. Foi um dos jogos mais marcantes da minha vida, um show! Quando Kafelnikov virou pra 2 sets a 1, Guga voltando nervoso, pensei: já era. Foi bom enquanto durou - e, pro tênis brasuca àquela altura, era sensacional mesmo. Mas aquele magrelo cabeludo não me dá um "pneu" (6-0) num dos grandes tenistas do mundo naquela época? No quinto set, sem chance pro russo: 6-4, 3 sets a 2. Uma zebra belga na semi despachada com um 3 a 1 sem grandes problemas e a finalíssima, contra o espanhol Sergi Brugera. Os espanhóis, com sua escola tradicionalíssima no saibro, que ficou conhecida como "a armada espanhola" (cujo representante hoje é o fantástico Rafael Nadal), eram temidos. Brugera fazia uma ótima temporada e era um dos favoritos em Roland Garros. No melhor complexo de vira-latas possível, pensava: pô, final num Grand Slam, já tá bom! Mas o que eu vi naquele domingo, meu Deus! Foi mágico. Uma vitória maiúscula, incontestável. Brugera não pôde fazer nada, pq Guga fazia tudo: ótimo saque, as devoluções, paralelas, backhands, forehands, subidas a rede, passadas, dropshots, um jogo sólido, completo... 3 fucking sets a 0, parciais de 6-3, 6-4 e 6-2. Gustavo Kuerten campeão do Aberto da França de 1997. E um ídolo nascia, pra mim. Golpe de sorte? Comecei a achar que sim: depois da final em Bologna, logo após Roland Garros, poucos resultados de grande expressão, até o título do ATP Tour de Stuttgart, em 1998. Ali, a arrancada realmente começava...

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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Independência ou... dependência. De dinheiro, claro.

Tive contato hoje com a polêmica que o Thiago Ney (Folha) levantou sobre os Festivais de música ditos independentes no Brasil. Ele falou (e concordo) que não se pode chamar de "independentes" Festivais (ou circuito) que recebam dinheiro de uma Petrobras: VINTE E CINCO festivais de música "independente" receberam um total de 2,5 milhões da Petrobras, e o Thiago estabelece a relação com o que já ocorre (há dácadas) no cinema. O site da empresa cita como referência a Associação Brasileira de Festivais Independentes (ABRAFIN) - o que já não dá uma "independência" total, não? Visto que se reúnem em Associação, com todas aquelas deliberações, assembléias e editais que vocês já devem imaginar. A bola levantada pelo Thiago é pertinente e interessante. Já a resposta da Abrafin, publicada na Folha de hoje, é de lascar. Por partes, com Abrafin em itálico, permeado por comentários meus:
"O texto "Teoria da Dependência", publicado na Ilustrada do dia 9 de maio, trata dos festivais independentes de maneira generalista, além de conter dados incorretos. A Abrafin, mesmo não tendo sido nominalmente citada, bem como nenhum de seus associados, achou por bem enviar esta carta para corrigir alguns dados e clarear a visão distorcida do texto. "
Sobre este texto, diria minha mãe: galinha que muito chia é a dona dos ovos. Se não foi citada, vestiu a carapuça porquê? Se ela não é o modelo atacado pelo Thiago Ney, deveria ter ficado quieta. Por uma razão muito simples: se não é com ela, e ela é a Associaçao destes festivais, para a ABRAFIN deveria interessar mais qualidade, critério e transparência nos festivais. Mas não: preferiu ir contra o que o jornalista escreveu. Respondeu a algo que, como ela mesma afirma, nem citada ela foi. Mas nem precisava ser citada: como já disse, a própria Petrobras cita a ABRAFIN...

"Fruto de um amplo movimento artístico, novos agentes emergiram na última década e construíram um circuito brasileiro de festivais de música que hoje é em parte organizado na Abrafin. Em menos de três anos, a associação estabeleceu um calendário oficial de festivais que conseguem dar palco a boa parte da produção de música brasileira atual."
AMPLO? Com que relevância para o público? O que temos de hoje, relevante na cultura brasileira, saído destes festivais? Ao contrário: não há cultura underground no Brasil. O que existe é um bando de amigos que se reúnem e, via de regra, tocam pra eles mesmos. Exceção, pra mim (falo de festivais de rock, minha praia), é o Abril Pro Rock, em Recife, e o Goiania Noise Festival - não por acaso, ambos também recebedores da papa petroleira. Circuito brasileiro de festivais "independentes" organizado por uma associação? Como diria alguém: criação brasileira, se não for jabuticaba, desconfie...

"O que torna esses festivais independentes vai muito além do modo como são custeados.
Claro, claro. É a velha questão da atitude, postura, da luta contra o sistema... com dinheiro público - direto ou indireto, como falarei abaixo. Tá bom...

Alguns se bancam da própria bilheteria, outros via leis de incentivo, uma terceira opção é por meio de permutas ou até mesmo com um grande patrocínio, como foi citado no texto do colunista."

Queria saber QUAL festival no Brasil se banca com a própria bilheteria. Claro, festival MESMO, onde as bandas RECEBAM cachê. Festival de amigos de bairro não conta. Agora, me diga uma coisa: pode ser considerado "independente" um festival que precise de LEI DE INCENTIVO, permuta ou patrocínio ESTATAL e privado para acontecer? Note que coloquei "precise". Pra deixar mais claro o absurdo, poderia colocar "dependa" no lugar. E o absurdo conceitual também seria semântico...

"Mas, apenas por isso, dizer que são "dependentes do dinheiro público" é uma informação generalista e incorreta."
Não é não: patrocínio da Petrobras = dinheiro público direto. Patrocínio privado é abatido via leis de incentivo = dinheiro público, ainda que indireto. É como se o poder público falasse: "ó, em vez de pagar esse imposto pra gente, você pode investir na 'fomentação de cultura local', tá?" E investem nos festivais "independentes", que dão um status de cool à marca. Como diria Milton Freidman, "não existe almoço grátis", amigo.

O que pode estar longe do conhecimento do grande público é que todos os festivais da Abrafin estão envolvidos (alguns por mais de uma década) numa cadeia produtiva que dura todo o ano, gerando emprego e cultura, e que têm nos festivais (patrocinados ou não), a sua vitrine nacional.
E é ótimo que seja assim mesmo. Isso não é algo que se deva bater no peito - é a missão básica de quem se dedica (VOLUNTARIAMENTE, diga-se) a, a-ham, independência: gerar cultura. Se em cima disso puder gerar emprego, ótimo também. Só questiono a relevância disso tudo. O que sai desses festivais? Um esquema viciado de produção cultural mantido com a ajuda de grana pública? É isso que o Thiago questiona e, como se vê, não interessa a ABRAFIN responder - só se justificar.

Outro dado incorreto diz respeito aos valores "gotejados na mão dos produtores de cada evento" via edital da Petrobras (http://www.editalfestivaisdemusica.com.br/). Pelo menos dos associados da Abrafin, nenhum teve um aporte no valor citado via edital.
Olha a armadilha retórica! O único valor citado na Petrobras é o total: 2,5 milhões de Reais. Que é o valor TOTAL do incentivo, dividido entre os contemplados. Logo, realmente, ninguém recebeu o valor citado no edital. Por que diabos a ABRAFIN se esconde atrás desse tipo de argumento? Sinal de que o Thiago Ney mirou no que viu e acertou (também) no que não viu...

Sobre a relevância das atrações, é inegável que boa parte da nova música brasileira tem se apresentado nesses festivais. Independentemente de estilo, os festivais são a plataforma onde essa música está sendo apresentada ao público, até formando uma nova geração de pessoas interessadas em música (...)
É inegável? Mas eu nego. "Boa parte"? Esse senhor é mesmo de uma associação de festivais? Veja as escalações da maioria dos festivais! Nomes fartamente repetidos, bandas indicadas por que são amigos ou contratadas de gente influente. Falta a ABRAFIN correr mais pelas garagens do Brasil...

A própria cobertura desses festivais, feita esporadicamente pela Folha, por vezes elogiosa, comprova que o repórter foi no mínimo preconceituoso ao criticar uma ou outra atração, assumindo que seu gosto pessoal deve ser mais importante que o do público que comparece aos shows, ou da curadoria dos festivais."
Não foi preconceituoso, foi realista: QUAL A RELEVÂNCIA DA MÚSICA GERADA NESSES FESTIVAIS FORA DO CIRCUITO INDIE? Ele se refere a essa parte do texto do Thiago Ney: "Bandas indies péssimas, que não tocariam nem em matinês de pubs londrinos, arranjam lugares confortáveis nesses eventos devido à "brodagem" entre produtores de festivais, músicos, blogueiros etc. Triste." E eu assino embaixo. Parabéns pela bola levantada, Thiago.

E ainda: a ABRAFIN não está sozinha. O rancor, contra o Thiago e contra a própria Folha (ou a chamada "grande mídia" em geral), é latente entre os fomentadores da cultura independente do Brasil-sil-sil. E só prova, de novo, que o cara acertou.

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quinta-feira, 22 de maio de 2008

De volta

Mudaram as estações, nada mudou... deixo uma seleçãozinha enquanto vou tirando o pó dos móveis pra receber melhor vocês. Keep on! Aos de sempre um olá e aos novos, bem vindos. E muchas gracias aos A Postos, sempre.

The Beatles - I'll be back


AC DC - TNT


Nina Simone - I want a little sugar in my bowl


Ozzy Osbourne - Mama, I'm Coming Home


Pink Floyd - Astronomy Domine

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quarta-feira, 14 de maio de 2008

De mudança

Este blog proleta terá uma vida de rei por uma semana - e não é reality show! Estaremos transmitindo diretamente do A POSTOS, o que é mais que uma honra (aliás, diria que é quase uma glória; onde esses caras estavam com a cabeça ao me dar essa chance?). Então a casa fica bagunçada como sempre esteve, nevermind. Só peço pra não colocar os pés no sofá e cuidado com a porta da geladeira, que as vezes não fecha. Ah, e não se preocupe com a comida do cachorro: eu não tenho cachorro...

OBS: Que está esperando pra ir pra ? O primeiro post já saiu!

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domingo, 11 de maio de 2008

Música, música... música?

Post do sempre excelente (e já indicado) Jamari França, no Globo Online, confirmou o que eu já imaginava há anos - mas nem eu mesmo imaginaria que a confirmação seria tão literal. Fala, Jama:

"Produtores dizem que os discos estão perdendo a dinâmica por conta do consumo crescente de música em MP3. Como há uma perda sonora neste formato, os produtores e engenheiros de som estão usando a “compressão dinâmica”, que iguala as partes mais altas e mais baixas da música, além de aumentar o volume. O resultado, quando se escuta em CD, é um som uniforme e muito alto sem dinâmica que cansa o ouvinte e torna mais difícil ouvir um CD de cabo a rabo de uma vez só porque provoca “fadiga auditiva”. Cita o professor Daniel Levitin, da Universidade McGill, do Canadá e autor do livro “This is your brain on music: The science of a human obsession”: “Se você mantiver algo constante pode se tornar monótono.” O resultado é um cansaço na audição e uma compulsão de pular para a próxima faixa e, mais adiante de mudar de disco."
Quando eu digo que já imaginava há anos, não é brincadeira não: quando eu, a-ham, emprestei o vinil (sim, vinil!) do Strange Days, (discaço!) dos Doors, fiquei maravilhado com o som: os efeitos, as nuances, o chimbal invertido, as guitarras sobrepostas, os arranjos... na mesma época, o cd desse disco caiu na minha mão, foi um choque! Devo a esse choque, aliás, meu bode com The Doors, porque não tinha mais tesão em ouvir a banda. Passou a ser chato, monótono. A mesma coisa com algumas bandas dos anos 60 e 70 que tive a oportunidade de ouvir em vinil. E por isso, quando vejo a molecada questionando a genialidade de um Beatles, de um Queen, de um Led Zep, eu não me assusto. Com as mixagens cada vez mais porcas, sem ligar pra qualidade sonora do produto e sim pra embalagem final, não se faz boa música. Com o mp3, realmente, a coisa decaiu a níveis assustadores. Músicas outrora maravilhosas ficam entediantes, e você credita isso muitas vezes ao fato de ter "amadurecido", "envelhecido"... porra nenhuma! Eles estão te lesando. Tirando o seu embalo de ouvir música boa e bem feita. A mesma indústria que diz combater o mp3 (como combater o incombatível?) aniquila a criatividade dos artistas sob o pretexto de que as músicas serão convertidas pra... mp3!

Sonzeira!


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sábado, 10 de maio de 2008

Call me a dog

Os dias têm sido exageradamente corridos: o último ano de faculdade, as leituras e montagem do TCC, provas, trabalhos, seminários, pesquisas, a preparação de aulas, o estudo de matérias complexas (e que, achava, jamais teria que estudar de novo) para preparação de aulas, o desafio de aceitar aulas pra novas e diferentes turmas, de cursos (e disciplinas!) tão díspares, os deslocamentos por toda a cidade... tudo isso tem me tirado tempo de pensar na vida. E de refletir pra ver aonde ela tá indo. Isso deixa tudo com um ar melancólico, bem sei. Entretanto, é tudo tão louco que eu vou me guiando pelo instinto - não posso negar que isso tudo era realmente uma grande muleta, que me impedia de escalar, de ir pra cima; só andava pro lado, culpando um mundo que me ignorava solenemente. Só que achava que era por culpa dele, não por que eu escolhia errado. Agora, me pego confiando em mim. Escolhendo pelo cheiro. E indo cada vez mais fundo, por mim e por aquelas que amo, que têm tornado todos esses momentos bons, por mais loucos (e solitários) que eles possam ser. E, pelos resultados colhidos até agora, me rejubilo pelas escolhas certas - e que nem sempre foram fáceis. Sempre me recriminei por pensar demais. Acho que, realmente, chegou a hora de agir.

Sound Garden & Stone Temple Pilots - call me a dog

PS: Onde está escrito "Sound Garden & Stone Temple Pilots", 02 considerações: Soundgarden se escreve junto. Mas isso é irrelevante, pq a música é do Temple of the Dog, uma banda-projeto que reuniu os caras do Soundgarden com os do Pearl Jam - a confusão talvez se explique (embora não se justifique) pq o STP é via de regra confundido com o PJ. Bem, eu disse "talvez". Só Freud mesmo explicaria a contento...

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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Nota máxima - ou: comprovando empiricamente a estupidez


Lembram deste post? Então... acertei as 02 perguntas, tirei nota máxima nas 02 provas (lembrando q na universidade sempre-atualizada, as provas valem 08, além de um trabalho que vale 02, pra completar 10 pontos).
Update: Fiz um simulado pro ENADE, visto que faremos a prova oficialmente este ano. Como simulado, fizemos o Enade 2005 - uma pesquisa no Google me desmentiria ou confirmaria o que vai abaixo: o tema "inclusão digital" estava em pauta, não? Um grande número de questões relacionados ao tema. Internacionalização da Amazônia, temas pertinentes do "ensino-aprendizagem"... o proselitismo canalha de sempre, aliado a alguns enunciados simplesmente ininteligíveis.Nas fotos: o cerrrrrrrto da professora na questão dissertativa (bela letra, Rovercy) e a nota máxima estampada na prova. Give the people what the fuck they want, diria Dalai Lama.

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