sábado, 12 de março de 2011

Discos



Sou da época do vinil. Falo não por romantismo ou saudosismo, mas para dar uma referência temporal mesmo. Late 80s, early 9os, carregando discos, emprestando, trocando, comprando... Mas não é exatamente sobre isso que vou falar e sim sobre ouvir discos.
De uns tempos pra cá eu tenho tido recaídas homéricas de ouvir DISCOS, no todo. Esse lance de single, pra mim, já encheu o saco. Tudo é muito efêmero, superficial. Eu voltei a ter vontade de parar e ouvir discos inteiros. Captar qual era a do artista que tava ali porque, afinal, música é (é, ainda?) arte. E, sendo quem sou, o foco voltou pros antigos. Mas sem paranóia. Os de sempre, porém com vontade de procurar coisas novas.

Bem entendido: NOVO, pra mim, é o que nunca ouvi. Pode ser um Howlin' Wolf de 1966 ou uma trilha sonora de 2005 - eu tenho curtido muito ouvir discos inteiros. Com a atenção devida, mas sempre numa boa. Em suma, o que há: nesse lance de ouvir discos inteiros, velhos conhecidos esbarram com novidades recuperadas ou até mesmo garimpadas. E viram companheiros da viagem.
Não é fácil, a vida tem outras coisas mais urgentes. Mas esses momentos de parada e contemplação (e aí incluo a literatura e o cinema) tem dado uma baita força na caminhada.

Este post é dedicado aos parceiros:

Ouvindo neste exato momento. Os Stones foram grandes desde sempre, esse é um puta disco. Abre com Satisfaction, sai da frente. Last Time, Tears goes by, Heart of stone, TIME IS ON MY SIDE, caramba...

Vi o filme, pirei. Vi de novo, prestando mais atenção à trilha, pirei. Descolei a trilha, pirei. Preciso mesmo continuar?

Não é disco, mas a carreira de um mito. Pra neófitos ou veteranos, papa finíssima! Desde os Yardbirds, Cream, Blind Faith, Derek and the Dominoes até a carreira solo, só tem obra-prima. Obrigatório! Faltou, entre outras a mais sentida, Bell Bottom Blues. Nada difícil de arrumar em tempos "Y".

Tenho um xodó do cão com esse disco, talvez por ser o menos festejado (e mais curto!) disco de Jimi Hendrix. Mas é lindo, de uma beleza ímpar! A abertura psicodélica quando Hendrix, especialista E alienígena, conversam... e entra Up from the skies, no clima. Tem Little Wing, a faixa título é maravilhosa... xodó justificado, pô!

Consegui o disco de estúdio mesmo, não só a música. Mas até o Motorhead tem influência no blues, é incrível como nego sempre bebe do que é bom. Do começo ao fim, não tem som ruim. Rock and roll sujo, pesado e safado, como deve ser.

Sempre tive um pé atrás com Judas, não sei porquê. Aí resolvi tirar a história a limpo, peguei esse disco e... baixei o Screaming for Vengeance, Painkiller e os com o Ripper Owens! Living after midnight é muito boa!

Esse eu sempre gostei. Esse tipo de música me lembra muito minha infância, reuniões na casa da minha avó. Meu avô tinha os discos da série Gala 79 e vez ou outra a gente passava horas ouvindo de tudo: velhos sambas, choro, era de ouro do rádio, samba canção, mpb. E Cartola, pra mim, já vem desde que vi o Cazuza cantando "O Mundo é um Moinho", antes mesmo de ele ter gravado, em 85, 86. As músicas do cara tem uma sinceridade que é de rachar pedra, muito bonito (ontem até passou um "Por Toda Minha Vida" lindo, sobre ele). Paulinho da Viola também tenho escutado bastante. Sinal Fechado e Bebadosamba, menos difíceis de encontrar...

Sempre gostei do Caetano. Um monumento da música popular brasileira, fez e faz muito a minha cabeça. Meu disco favorito dele sempre foi o Transa, de 72. Aquele gravado no exílio também, com London London. Terra, Estrangeiro, Circuladô de Fulô... esses 02 últimos, Cê e o Zie sei lá o q, não ouvi, vou pegar qualquer hora. Mas achei o cd Qualquer Coisa, numa andança com um amigo, e não resisti. Além de gostar muito do disco, a capa à-la Beatles também gosto muito.

Um dos meus discos favoritos, de um dos meus artistas favoritos. Começa com uma das músicas mais lindas desde sempre, I'm not awake yet. Crest of a wave também é boa. Discaço de blues irlandês, maravilhoso!

BEGINNINGS & DREAMS BOX SET - ALLMAN BROTHERS
Beginings porque junta os dois primeiros discos dos Allman, gravados (se a memória não trai) em 70. Eles já eram foda nessa época, os discos são muito bons. E Dreams porque é uma caixa com 4 cds sem UMA música sequer mais ou menos - ok, a primeira tem umas coisinhas bem meia boca, pule-a. Muito gostoso pra ouvir em casa, no carro, nos fones, no computador...


KNEBWORTH 76 - LYNYRD SKYNYRD (no link!)
Outro Southern xodozão, gosto pra caramba. E, assim como os Allman Bros, estão ainda firmes na estrada. Esse show, reza a lenda, foi onde eles ofuscaram ninguém menos que os Rolling Stones - e eles estavam fodásticos mesmo! O primeirão deles, Pronounced, também bom pra caramba.

O Iron Maiden que eu conheci era assim: sujo, rápido, alegre e pesado. Instigante. Nada a reclamar do que veio depois, mas prefiro assim mesmo, com Clive Burr e tudo (e, claro, com todo respeito ao Paulo Baiano, Bruce é Bruce). Nesse pique também gosto muito do A Real Live Dead One.

BUDDY GUY - LIVING PROOF
Ouvin neste exato momento! O mais recente desse monstro. Lindo, muito foda - e outros palavrões de empolgação! Muito, mas MUITO bem gravado! Ele tá tocando e cantando MUITO - com 74 anos, minha gente, como ele mesmo canta na empolgante faixa título! Lenda. Amém, Buddy. À melhor maneira José Dias, "clássico, classiquíssimo!"

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