sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Deve ser errado, mas é muito bom

Menininha parada, eu estou tão sozinho,
A menina sussurra, o estranho volta para casa.
olhos um pouco tristes, tanto a dizer,
Oh, que jogo, meninas jogam, e que deve ser...

Errado amar você como eu amo
Deve ser...
Errado amar você como eu amo

Garotinha falando, lançando o seu feitiço,
Garotinha em movimento, movendo-se lentamente.
Eu posso ouvir música, sons tão longe,
E eu posso ouvir vozes, eu sei exatamente o que eles dizem, que deve ser...

Errado amar você como eu amo
Deve ser...
Errado amar você como eu amo


Minha cabeça vai e volta,
Meu coração vem desmoronando.
Seus beijos quentes só me fazem saber que é verdade,
Seu amor quente só me faz pensar em você.

E deve ser...

Não haverá nenhuma canção de amor, não haverá doce refrão.
Não haverá nenhum adeus suave ou lenta caminhada na chuva.
Não haverá palavras sussurradas sem votos que não podem se tornar realidade.
É apenas eu, aqui esperando por você e que deve ser...

Errado amar você como eu amo, (errado amar você) deve ser
Errado amar você como eu amo. (Errado amar você)
Errado amar você como eu amo (errado amar você)
Errado amar você como eu amo (errado amar você)
Errado amar você (errado amar você)

Como eu amo!
-x-

Chris Isaak é foda mesmo, não? A voz, o arranjo, o timbre... tudo contribui pro clima intimista e apaixonado desse som. Daqueles de ouvir e sonhar... saca só:


Little girl standing, and I'm so alone,
Little girl whispers, stranger come home.
Sad little eyes, so much to say,
Oh what a game, little girls play, and it must be.

Wrong to love you like I do, it must be
Wrong to love you like I do.

Little girl talking, casting her spell,
Little girl moving, moving slowly.
I can hear music, sounds so far away,
And I can hear voices, I know just what they say, it must be.

Wrong to love you like I do, it must be
Wrong to love you like I do.

My head, goes round and round,
My heart, comes a tumbling down.
Your hot kisses, only make me know it's true,
Your hot loving, only makes me think of you. And it must be.

There will be no song of love there will be no sweet refrain.
There will be no soft goodbye or slow walk in the rain.
There will be no whispered words no vows that can't come true.
There's only me, waiting here for you and it must be.

Wrong to love you like I do, (Wrong to love you) it must be
Wrong to love you like I do. (Wrong to love you)
Wrong to love you, (Wrong to love you)
Wrong to love you, (Wrong to love you)
Wrong to love you, (Wrong to love you)

Like I do!

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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu não sou daqui... marinheiro só... (período nacional)

Pai de duas filhas, frequentemente ouço como "inevitável" o fato de elas se curvarem e apreciarem modismos, Justins, Ladies e cosméticos descartáveis em geral. "Você já teve a idade dela e também deve ter consumido muita modinha, só que na época você não chamava assim". É, realmente, como diriam os Ramones, "I am (was, né?) a teenage schizoid". De cara já adorava o rock nacional, com meus 08, 09, 10 anos - época do primeiro Rock In Rio. E ali o som que costumo chamar de "a música que salvou minha vida". Já chegado em livros e míope, ouvir que "por trás dessa lente tem um cara legal" ou "também bate um coração", "eu não nasci de óculos, eu não era assim não" teve um efeito imediato naquela criança.


Os Paralamas viraram amigos pra todo canto, ouvi tudo - na época não dava pra "baixar". Então, era comprar ou gravar (fitas cassete!) de quem tinha. Anos depois ganhei outro disco que me pirou, "Que País É Este?", da Legião. Surto total. Já conhecia a banda ("Soldados", "Ainda É Cedo", "Quase Sem Querer", "Eduardo E Mônica"...), mas aquele disco também bateu forte. A faixa título, "Conexão Amazônica", "Depois do Começo", Química", "Tédio Com Um T"... todas as músicas fortes, intensas. Eu, com 12 anos, lutando pra entender aquilo tudo. Freud? Engels? Jung? Marx? A cocaína não vai chegar por que a conexão amazônica está interrompida? Hã?


Titãs! "Cabeça Dinossauro" já tinha atiçado minha libido em 1986, mas não ganhei o disco. Fui ganhar, em fita, o "Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas", de 1988. Todo Mundo Quer Amor, piração do Arnaldo Antunes. Nome Aos Bois, tentando descobrir quem era quem na letra declamada pelo Nando Reis. Mentiras, Comida, Armas pra Lutar, Diversão, Corações e Mentes... "Õ Blesq Blom", de 1990, "Tudo ao mesmo tempo agora", de 1991 e "Titanomaquia", de 1993, ainda tocam firmes em casa, até hoje, além dos citados.


E a banda que me apresentou ao blues, uma das que mais ouvi na vida: Barão Vermelho. Do Carnaval, de 1988, até hoje, tudo que lança eu procuro escutar - só deixei passar em branco o "Puro êxtase" e o "Ao Vivo + Remixes", acho que a banda não precisava daquilo. Roberto Frejat é um dos grandes guitarristas brasileiros de todos os tempos. Na Calada da Noite, Supermercados da Vida, o Ao Vivo de 1989, TODOS com Cazuza (o ao vivo no Rock in Rio é alucinante)... Barão ainda faz a minha cabeça.


A paulada, no 1º Rock in Rio:


Cazuza, cuja carreira acompanhei de perto até o fim. Essa é do comecinho...


Essas foram as principais, com discos comprados, letras analisadas... mas teve muito mais:

Camisa de Vênus. Desde o "Perdidos na Noite", programa que prova que o Faustão já foi um cara legal...


Quando ouvi o Brasil, do Ratos de Porão, pirei! Era muita porrada na cara de uma sociedade que eu não entendia (bem, com 34 eu ainda não capto direito...). Passava tardes indo na casa do meu amigo Cláudio Fazendão pra ouvir, com a galera da parte de baixo do bairro.


Ultrage a Rigor, puta banda de festa. Minhas filhas, hoje, pedem pra eu colocar!


Engenheiros do Hawaii. Amada pelo público, odiada pela crítica. Eu gostava, dane-se. Ainda gosto. Grandes letras, grandes sons!


Sepultura! Ouvi Inner Self em 89 e... até hoje escuto tudo!


Golpe de Estado. João Penca e Miquinhos. Heróis da Resistência. Nenhum de Nós. Uns e Outros. Inocentes. Ira. Modismo? É Rock Brasil, pulsante, inteligente. Sem ser ridículo ou paga pau! Isso pra não cair na próxima geração: Raimundos, Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S.A., Moleque de Rua, Los Hermanos... esses eu também ouvi pra caramba, mas já dos 17, 18, pra cima. A parada é a seguinte: é possível passar pela adolescência sem ser subproduto de moda. É só querer. Então não trate como inevitável o que inevitável não é.

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