terça-feira, 28 de julho de 2009

Maurício de Souza é um gênio

Sempre fui um grande fã do Maurício de Souza. Tivemos (hein, Xics?) uma caixa de TV cheíssima de revistas da Turma da Mônica (e outra com revistas do Walt Disney, outro ídolo meu). E agora, já crescidinho, adoro séries. Enfim, adoro histórias. E a notícia de que o Dr. House participará de um episódio da Turma da Mônica Jovem (a outrora "turminha" já crescida, em histórias no estilo mangá, outra sacada absolutamente incrível) me lembrou algo que dá título a este post: a genialidade do Maurício de Souza. Fôssemos um país que valorizasse, blá, blá, blá, o cara teria o valor que merece. Mas, além de genial, é tão boa gente que nem para para (e agora, reforma ortográfica?) reclamar. E juntar o universo das séries com HQ, além de ser uma ótima idéia, dá noção da relevância e sintonia com a atualidade sempre presente na obra do Maurício. Um mestre!

Embora, vá lá, quem esteja na série seja o Dr Ráuse. Parafraseando o "TV em Série": um médico ranzinza viciado em balas, que usa bengala e deseja mais que tudo encontrar um caso de lúpus na vida. Boa sacada, não?


Ótima!


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domingo, 26 de julho de 2009

Saramago

Do Globo Online, essa entrevista:


Em vários textos do livro, o senhor é crítico a figuras políticas: George Bush em 18 de setembro de 2008; Berlusconi em 19 de setembro de 2008 e em 13 de março de 2009; José Maria Aznar em 22 de setembro de 2008; o papa Bento XVI em 9 de outubro de 2008; Sarkozy em 6 de janeiro de 2009; e a própria "esquerda" é alvo de críticas em 1 de outubro de 2008. Mas há também textos esperançosos, sobretudo em relação à eleição de Barack Obama. Só que eu não me recordo de ter lido nada específico sobre o governo do Brasil. O que o senhor acha do presidente Lula?

SARAMAGO: Acho que o presidente Lula tem feito um excelente trabalho neste segundo mandato se aceitarmos como inevitáveis certas “infidelidades” ao seu programa inicial.

-x-

A entrevista tem bons momentos. Saramago é, sempre, um ótimo entrevistado. Fala bem, usa a linguagem a seu favor e sabe se promover muito bem. E, antes de qualquer coisa, gosto de sua literatura. Pode até ser cansativo em alguns momentos, mas é diferente do resto. Ensaio sobre a Cegueira é um grande livro, Memorial do Convento é ótimo também. Nunca li o Evangelho Segundo Jesus Cristo, mas quero lê-lo. Falo aqui, neste post, do (ai) "Saramago que emite opiniões sobre política". A análise é essa. Então, eu gostaria mesmo de saber o que Saramago considera "infidelidade inevitável":

- Se aliar a velhas oligarquias, com seus velhos coronéis?
- Usar dinheiro público em negócios suspeitos que só beneficiam os seus aliados mais próximos?
- Ser o articulador do legislativo mais nefasto da história do Brasil?
- Ser o presidente que menos tempo passa no seu próprio país?
- Aceitar chantagem de bandoleiros de quinta categoria, como Chavez, Evo, Corrêa, Lugo?
- Colocar o tal Movimento Estudantil (toc, toc, toc) sob cabresto?
- Tentar o possível para silenciar a imprensa?


E é claro que ele não opina sobre o Brasil. Nem sobre Cuba. Venezuela, China, Coréia do Norte. Não existe "crítica a favor". Vai falar mal daqueles com quem ele tem afinidade ideológica? Vai falar o quê? Que Collor tem tido um "comportamento exemplar"? Que Sarney tem uma "imensa folha de serviços prestados ao país"?

Este é mais um capítulo do pensamento das esquerdas (o outro está no post sobre a UNE): infidelidade boa é aquela "a favor" da causa. Mesmo que não se saiba que causa é essa. Ou por outra: não há causa alguma. Apenas o aforismo de sempre: "Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei".

PS: Descobri que tenho algo em comum com o José Saramago: ele também tem um blog que ninguém lê, hahahaha...

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Coroné mesmo, só o Antônio Bento

campanhaperspectiva

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ford Fusion [Ou: ela não merece!]

Que propaganda paspalha essa do Ford Fusion, não? Vá lá, teve gente que gostou, até entendo os motivos. Então, é hora de abrir o Manual Rover de Como Desperdiçar Uma Boa Idéia Tendo Um Clássico Absoluto Como Tema (no caso, a magnífica Back In Black, do AC/DC). Vamos lá?
Cena 1: Executiva bonita pergunta: "Onde você gostaria de estar daqui a cinco anos?"
Cena 2: Corta para o Ford Fusion rasgando a estrada, Back In Black ao fundo, o homem com aquela cara de bem sucedido. Câmera vai pro lado e acha, ao lado do cara, a tal executiva bonita. Ou seja: comprou "o" carro (para a propaganda) e ainda "pegou" (arre!) "a" mulher. Legal! Afinal, "quem dirige um Ford Fusion fez por merecer". Mas a maionese desanda...
Cena 3: O tal homem da cena anterior faz a mesma pergunta para a executiva bonita: "E você? Onde gostaria de estar daqui a cinco anos?"
Cena 4: O mesmo começo, a mesma música. O mesmo cara dirigindo. Só que, a mulher está no banco de trás do carro. Sacada da história: ele pensa em tê-la, ela pensa em ser chefe dele. Legal, perspectivas diferentes (embora o cara, pelo que notamos, não tem A MENOR chance com a garota).
- Rover, seu mala! O que há de errado então, a ponto de merecer um post?
Aqui: "Quem DIRIGE um Ford Fusion, fez por merecer." Quem dirige, NAS DUAS CENAS, é o cara. A mulher sequer ENCOSTA no volante. Então, ela não merece. Não merece o carro, não merece o cargo que almeja. E, no fim das contas, talvez o próprio executivo, a despeito do seu desejo, não mereça essa loser.

(risada sarcástica ao fundo, com eco: ha, ha, ha, ha...)

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sábado, 18 de julho de 2009

MJ, sensacionalismo e o uso dos verbos

Não é segredo o fascínio que tenho pela análise de discurso, já até escrevi a respeito. Então, vejam o que vai no Globo Online (a notícia completa está aqui):

SÃO PAULO - O corpo de Michael Jackson estaria congelado em uma cripta enquanto a família aguarda a decisão da polícia sobre iniciar ou não uma investigação de homicídio, informa reportagem do "Daily Mail".

Três semanas após a morte repentina do cantor, seu corpo ainda não foi enterrado. Os restos mortais de Michael Jackson estão sendo conservados por meio de refrigeração em uma cripta para evitar que tenham que ser desenterrados para uma exumação.

A cripta de mármore onde o corpo de Michael tem sido mantido pertence a Berry Gordy, fundador da Motown.

A família de Michael Jackson estaria adiando o enterro na expectativa de uma confirmação dos detetives sobre o curso das investigações. Há suspeitas sobre a conduta do médico Conrad Murray, que estava com Jackson quando seu coração parou e tentou reanima-lo sem sucesso. Murray teria fugido da Califórnia para o Texas - onde tem uma clínica - enquanto a polícia se preparava para interrogá-lo novamente.

(...)

A polícia de Los Angeles está preparada para possibilidade das investigações sobre a morte de Michael Jackson se tornarem um caso criminal. Mas tudo depende do resultado da autópsia, que foi adiado por mais duas semanas .


Então vamos lá: As partes em VERMELHO, maioria selecionadas, justificam a reportagem: ESPECULAÇÃO. Os verbos selecionados em vermelho, todos no futuro do pretériro – aquele tempo em que as coisas podem até acontecer, mas não há certeza. O corpo ESTARIA congelado, a família ESTARIA adiando o enterro, Murray TERIA fugido. O primeiro trecho em azul mostra uma dedução de quem redigiu a matéria: SE o que esta no futuro do pretérito se confirmar, aí sim, seu corpo AINDA NÃO FOI enterrado, os restos mortais ESTÃO SENDO conservados, a cripta PERTENCE a Berry Gordy. Mas não há certeza, pois o corpo ESTARIA, etc.

Tudo se justifica no fim: a possibilidade de assassinato, ventilada pelos Jacksons, e admitida pela própria polícia, já noticiado pelo mesmo Globo Online (aqui e aqui, no mínimo). A informação relevante da notícia é uma, vá lá, "não informação": a de que "família aguarda a decisão da polícia", mas que "tudo depende do resultado da autópsia", que fora adiada. Até isso é notícia requentada (aqui ou com link na própria matéria, mesmo link já dado acima). Enfim, é uma matéria mais válida para cursos de Letras ou Jornalismo do que para um jornal, mesmo online, em seu caderno de "cultura".

Eis, queridos, uma aula sobre o jornalismo dos dias de hoje: o que vale é encher espaço, até porque quem leu a primeira notícia não lerá essa, e provavelmente quem leu aquela não lerá essa. A mesmo matéria, o mesmo assunto - com links umas pras outras! A matéria não trás um dado novo, requenta o que já foi dito. É tudo tão mal feito que O Globo, jornal carioca, se lança como co-autor da matéria em conjunto com “Agências Internacionais”, mas a matéria vem de... São Paulo, provavelmente da redação que eles devem ter lá - e o primeiro parágrafo informa que a matéria é do jornal britânico Daily Mail! Dane-se o leitor, credibilidade, coerência. O negócio é cozinhar a notícia (e o leitor!), todo dia um pouco, o tempo todo.

O que me leva à conclusão óbvia: nesse mundo louco, corrido mesmo, a quantidade de informação disponível é imensa. Saber filtrar a qualidade delas é que é o grande desafio – senão você vai ler a mesma notícia muitas vezes, sem verdadeiramente se informar, e vai ficar louco, porque ninguém consegue ler tudo se não tiver um critério coerente para ler com qualidade. E aí fala que não "consegue" se informar, que não tem "paciência". É difícil? Talvez. Mas saber filtrar informação é um exercício, um aprimoramento. Que requer paciência e prática. Quem não tentar, não vai conseguir mesmo.

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Uniaum Nassional dos Istudântis

Via Estadão:
Aos gritos de "Dilma presidente" e "Lula, guerreiro do povo brasileiro", os cerca de 3 mil estudantes que se reuniram ontem na abertura do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) mostraram uma adesão inquestionável ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.(...) "O presidente Lula é o primeiro a participar de um congresso da UNE em 71 anos de história", destacou a presidente da entidade, Lucia Stumpf, ligada ao PC do B. Não há registros, no entanto, de outro presidente que tenha sido convidado para a cerimônia.
(...)
Dominada há décadas pelo PC do B, que elegeu a maioria dos presidentes desde a reconstrução da entidade, em 1979, e pelo PT, que tem o segundo maior grupo, a UNE virou base do governo desde a primeira eleição de Lula, em 2002. Nunca antes a entidade teve uma relação tão próxima com o governo federal.

Essa proximidade se traduz em recursos. Desde 2004, a UNE já recebeu R$ 10 milhões da União. Desses recursos, R$ 7 milhões foram repassados somente nos últimos 14 meses. O 51º Congresso da entidade, que começou ontem em Brasília, foi organizado com o apoio de sete ministérios, além de instituições como a Caixa Econômica Federal, Correios, o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e a Petrobrás. Um projeto de lei que tramita no Congresso ainda vai liberar recursos federais para financiar a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro.

Em seu discurso, que durou pouco mais de meia hora, o presidente Lula elogiou a independência da UNE. "A Lucia (Stumpf) fez seu discurso como se eu não estivesse aqui. E fez mais forte porque eu estava aqui. Numa relação democrática, civilizada, ninguém pode ser dependente de ninguém", afirmou o presidente. "Eu sou amigo de vocês e vocês meus amigos. Vocês são uma entidade com autonomia e no momento em que vocês não concordarem comigo é para dizer na minha cara "não concordo, sou contra" e vão para rua fazer passeata. Não tem nenhum problema", completou.

-x-

Começo já pedindo perdão pelo trocadilho infame (pleonasmo!): Como um Stendhal, juntei "o vermelho e o negro". Se vcs lerem apenas os trechos negritados, a notícia fica bizarra. Mas se o segredo de irritar é dizer tudo, vamos lá.
Antes, aliás: o trecho azul. TRÊS MIL ESTUDANTES? É isso mesmo?! Três mil míseras almas se acham no direito de falar por todos os estudantes? É isso que restou da auto proclamada UNIÃO NACIONAL? Vocês estão de sacanagem, né?
De resto, começo pelo fim: a UNE, e não os estudantes, é mesmo amiga de Lula de fato: o primeiro presidente convidado para um congresso, fundador do partido que tem a UNE como feudo (o próprio PC do B é, a décadas, um feudo do PT). Campanha explícita, tietagem explícita, o que denota também que essa gente não tem também senso de ridículo. Fazendo um parêntese, vamos além: Dilma só não sai candidata se uma catástrofe acontecer, pessoal ou eleitoral. Lula, sapientíssimo, lançou seu nome com enorme antecedência por uma razão simples: um nome desconhecido precisa de tempo (e militância, no caso petista) para ser sedimentado. E Dilma vai conseguindo seu espaço (nas pesquisas eleitorais ela está, hoje, na frente de um Aécio Neves, nome de comprovada experiência administrativa e legislativa), com a militância fazendo bovinamente seu papel, como convém. Mas volto.
Não bastasse a aproximação ideológica desde sempre, há a generosidade de recursos "nunca antes neste país". 10 Milhões? Pra este morto-vivo sem a menor representatividade? SETE Ministérios, Caixa, Petrobrás, Correios e Pronasci mobilizadas para organizar um Congresso para três mil estudantes? Fora o projeto de lei que vai financiar (leia-se PAGAR) a reconstrução da sede da UNE. Digo pagar mesmo. A menos que alguém me diga como a UNE pretende quitar o financiamento.
No mais puro espírito Seu Lili, me digam: QUE INDEPENDÊNCIA, caramba? Conclusão óbvia: independência boa, democrática, civilizada, para nosso Presidente, é a independência a favor (vide imbroglio Sarney, elogios a Collor), paga regiamente com dinheiro público (vide aloprados, mensalão). O que torna este post um CQD (como queríamos demonstrar) do post de ontem. "Ah, vai se f..."
Afinidade ideológica, generosidade financeira, palavras de afeto. Lula é mesmo o paizão dessa gente. E, como um bom pai, ainda dá aos filhos o "direito" de discordar, "não tem problema". Isso vindo do homem que, quando fica invocado, liga pro Bush (e pro Obama, será que ele liga?). Então, cuidado, estudantes! Quem se vira contra o pai pode ficar sem mesada. E aí como é que fica?

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Algo de podre

Na Folha de hoje (só para assinantes):
O Conselho de Ética da Câmara arquivou ontem o processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), conhecido por ser dono de um castelo em Minas. Questionado, Edmar desconversou e disse que preferia falar de futebol.A decisão foi comemorada pelo deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), o primeiro relator do caso, que foi afastado após defender Edmar e atacar os meios de comunicação: "Estou me lixando para a opinião pública. Até porque parte dela não acredita no que vocês [jornalistas] escrevem. Vocês batem, mas a gente se reelege".Ontem, Moraes disse que lucrou com as críticas da mídia às suas declarações: "Essa polêmica me deu muitos pontos. Nunca recebi tantos convites na vida, ganhei espaço".
-x-
Vejamos: o nobre deputado, representante eleito por voto direto, SE LIXA para a opinião pública, desanca a imprensa (peça chave na tal "liberdade de expressão", requisito básico para uma sociedade livre) e LUCRA com essa postura? Ganha "espaço", recebe "convites"? De quê? De quem? Pra onde? A podridão no Legislativo não tem fim. E, creio, o Legislativo só está na berlinda não porque seja o mais podre, mas pq o Executivo e o Judiciário são 02 caixas pretas. Mas os "convites", o "lucro" e o "espaço" só acontecem porque o Legislativo e sua podridão são efeitos de uma coisa muito maior: a podridão de valores tolerada (as vezes, como aqui, valorizada) pela sociedade. É um clichê, mas não deixa de ser verdade. As pessoas não têm mais pudor com canalhices. Ser canalha é bom se render alguma vantagem. Então isso me lembra uma frase que li dia desses: "nessa onda de ecologia, todos se preocupam em deixar um planeta melhor para nossos filhos. Não está na hora de pensarmos em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

The comfort of being sad


Ouvindo muito Nirvana, voltando no tempo, sentindo falta da irmã e trabalhando. Quem disse que trampar em casa não dá certo? O negócio rendeu... pequenos trechos desta grande letra deste estupendo disco.

Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle
Nirvana
Composição: Kurt Cobain

It's so relieving to know that you're leaving as soon as you get paid
It's so relaxing to hear that you're asking wherever you get your way
It's so soothing to know that you'll sue me, this is starting to sound the same

I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad

In her false withness, we hope you're still with us, to see if they float or drown
Our favorite paitent, a display of patience, disease-covered Puget Sound
She'll come back as fire, to burn all the liars, and leave a blanket of ash on the ground

I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad

It's so relieving to know that you're leaving as soon as you get paid
It's so relaxing to know that you're asking wherever you get your way
It's so soothing to know that you'll sue me, this is starting to sound the same

I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad
I miss the comfort in being sad

Antes, sobre o disco. É dos meus favoritos de todos os tempos: alto, barulhento, incômodo, perturbador. Liricamente instigante. A produção do Steve Albini contribui pro clima todo: caprichado nos graves, econômico nos agudos. Baixo denso, bateria marcante e guitarra alta, como deve ser. Simples, nada exagerado, sem virtuosismo algum. Kurt Cobain já de saco cheio de toda babação em cima dele e do grupo, fez o grande disco "foda-se" da históra do rock - e vendeu pra caramba também.


E esse som, em particular, entrega. "É tão agradável que você esteja indo embora tão logo pague", "Nosso paciente favorito, uma amostra de paciência" e especialmente o"sinto falta do conforto de estar triste", obra prima da melancolia. Muito bom, ainda mais num dia frio, trabalhando em casa.


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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Conversa de botas falidas

Fila do banco, meio dia e meia. A mocinha de colete laranja fazendo o que eles chamam de triagem, "é nessa fila aqui mesmo"; "já tentou no caixa eletrônico?"; "isso é só na central do cartão de crédito, por aqui não dá", etc, etc. Tem mais uma pessoa na minha frente. Atrás de mim, um senhor, de boné e camisa preta. Atrás dele, um negro, magro, de camiseta, calça jeans e chinelo. O cidadão de boné comenta com a moça da triagem que quer habilitar a função "crédito", do cartão, para comprar uma máquina de lavar. A moça pede um milhão de documentos e é interrompida. O negro, com grandes olhos tristes, começa a conversa.

- Espero que o meu não precise de tanta coisa. Afinal, vou só encerrar a conta.
- Encerrar?
- É. Desempregado, não dá pra ficar pagando taxa.
- Verdade. Desempregado faz tempo?
- Três meses. Quase quatro.
- Hum. Dureza, hein?
- Dureza. Ainda mais separando.
- Separando?
- É.
- Que coisa...
- Pois é. A gente tava bem. Ela foi visitar a mãe e voltou falando em divórcio.
- Puxa... família quando se mete...
- Homi de Deus, nunca neguei nada pra ela! Ela comprava roupa e, as vezes, me falava muito depois. Sapato, bolsa. Pegava trampo atrás de trampo só pra vê-la bonita.
- ...
- Eu não sei quem colocou minhoca na cabeça dela. Ela me amava, eu podia sentir isso. Agora, ela mal fala comigo.
- Que coisa...
- A minha vida piorou tanto depois que ela saiu, o senhor num imagina. Porque a bichinha era gastadeira, mas sabia administrar.
- Mulher sabe controlar, né?
- Ô! Ainda mais ela, muito inteligente. Eu sozinho não consigo nada. Tô devendo um monte, até pra agiota! Perdi o emprego e não consigo mais nada.
- ...
- Por isso que é melhor encerrar a conta mesmo! Além de tudo, é conta conjunta. Quando vem o extrato e leio o nome dela, dá vontade de chorar! Porque ela é quem fazia as contas, sabia quanto faltava pra quitar. Sozinho, meu senhor, nem trabalho eu consigo.
- E ela?
- Nada! Não consigo falar com ela. Só peço a Deus pra não ser outro homem, senão eu morro.
- Você ainda gosta bem dela, né?
- Se eu gosto? Ela foi a única coisa boa da minha vida.
- É...

A moça chama: "próximo". Era eu. E fui sem ouvir o resto. Chato histórias que têm começo e meio, mas não terminam.

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Is all my love in vain?

Um blues pro feriado.



E uma dica de filme.




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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Assim dito

"A friend in need is a friend indeed". Ou: "amigo na necessidade é amigo de verdade". Ambas muito boas, anyway.

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