segunda-feira, 31 de março de 2008

Nas internas

Johnny Rivers - Secret Agent Man

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sábado, 29 de março de 2008

Sala do curso de Farmácia

- Alexandre... (voz de choro)
- Fala, meu anjo.
- Você não acredita! O Anderson me aprontou outra! Eu não sei até quando aguento passar por isso!
- O que foi desta vez?
- (voz tremida) Ele ficou de me encontrar hoje pra me dar o ovo de páscoa que ele prometeu...
- E...
- E o desgraçado acabou de me ligar dizendo que não vem. Simplesmente ligou e disse que não viria! Cachorro!
- Desgraçado! Como pode?
- É o que me pergunto, Alexandre! Como pode?! E sabe por quê? Pra sair com os amigos! Aquele bando de vagabundos!
- Ih, homem que fica de patota ainda? Então é do tipo bundão além de tudo! Você não merece, vem cá... (faz um carinho na cabeça dela)
- (suspiro, grunhido, choro)
- O que aquele desalmado alegou?
- (voz de trovão) FUTEBOL, Alexandre! Hoje é quarta, é dia do maldito futebol. De ficar em frente aquela televisão babando naquele monte de marmanjos...
- Futebol, é? Trocar você pra ver futebol? Que panaca...
- É! Aquele bocó! Não pode passar nada desse maldito Flamengo na televisão pro Anderson simplesmente esquecer que eu existo! Ai, que ódio!
- Flamengo?
- É, Flamengo! Nunca vi!
- Flamengo, então? Puxa vida...
- Não é de enlouquecer?! Ai, mas ele me paga! ME PAGA!
- Peraí, Mirtes. Você não acha que está exagerando?
- Exagerando? Ele me dá um bolo pra ver futebol e você acha pouco?
- Tudo bem, eu sei. Mas você podia ser um pouco mais maleável... homens têm esses passatempos esquisitos mesmo...
- Não acredito que você está defendendo aquele traste, Alexandre!
- Não é ele... é que...
- Fala, Alexandre!
- Você podia tê-lo convidado pra ver o segundo tempo na sua casa... comeriam chocolate, ficariam juntos, ó que legal?!
- Mas eu ODEIO FUTEBOL, Alexandre!
- É. Então, né? Pois é...
- Fala, Alexandre!
- Ok, vou falar: não tente competir. Fatalmente você vai perder. É isso. Falei, pronto.
- Competir? Com o futebol ou com os amigos?
- Com o Flamengo.
- Com o Flamengo?
- É. Não sei se é doença, paixão, amor, fraqueza, força... ou se é tudo isso. Mas ser Flamengo é algo maior, transcendental mesmo. Não fique brava... tente entender... tente...
- (se levanta) Não fala mais nada! EU TE ODEIO, Alexandre! ODEIO! Quero que você e o Anderson morram enforcados numa bandeira do Vasco da Gama!!!!
- Mirtes... a sala toda tá olhando...
- Cala a boca, Alexandre! CALA A BOCA!
- Tudo bem, deixa quieto. Só mais uma coisa, então.
- Fala logo.
- Você sabe onde eles vão assistir o jogo?

(barulho de caderno capa dura batendo repetidas vezes na cabeça)

baseado em fatos reais

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quarta-feira, 26 de março de 2008

Análise de discurso: um esboço

Para entender melhor: o colunista Diogo Mainardi (Veja) desnudou o jornalista Paulo Henrique Amorim em seu podcast. Paulo Henrique Amorim, fiel a seu estilo, negou (através de nota na página oficial de seu blog). Mas negou de uma forma tão primária que nada ali se sustenta. Então achei uma boa possibilidade de exercitar certos fundamentos da Análise de discurso. PHA fonte normal, El Rover em negrito:

"O colunista Diogo Mainardi - a quem processo no crime e no cível - mentiu sobre o meu novo provedor.
Em nenhum momento no podcast Diogo cita a palavra "provedor". É SERVIDOR - eis o truque. E é Nexxy sim senhor - utilizado pelo provedor da DHC, como se PODIA verificar pelo registro.br. Podia, só por um pequeno detalhe: depois do podcast, PHA alterou o registro do domínio.

(Como se sabe, saí do iG depois de uma operação de "limpeza ideológica" executada por um certo Sr. K. e Caio T. - de Tartufo - Costa.)
Até acredito em limpeza ideológica - mas sob um ângulo um pouco diferente do que fala PHA. Por motivos parecidos, mas pontos de vista diferentes. Digamos que o mocinho não é tão mocinho e o vilão não é tão vilão.

Por sugestão de meu amigo Luiz Roberto Demarco, fui para um novo provedor, o DHC Outsourcing. Demarco me faz muitas sugestões.
Por que eu não tenho amigos com a grana e a influência de um Demarco? E, pelo jeito, a sugestão de Demarco não foi tããão boa: como falei acima, ele alterou o registro...

Sobre vinhos, por exemplo. Nunca os que toma o ex-ministro Jose Dirceu, porém. Dario Boralli, presidente e fundador da DHC, me autorizou a informar que hospeda centenas de clientes entre algumas das maiores empresas do Brasil da indústria manufatureira, bancos e empresas de mineração.
PHA lista os atributos da empresa como se fosse prova de idoneidade. Pena que a mensagem que fica é de que a DHC não tá com essa bola toda - afinal, menos de 24h depois do podcast do Mainardi, alterou o registro.

A PHA é a sua mais nova cliente (e provavelmente a mais modesta) do setor de serviços."
E o cara não nega que o que faz é "serviço"; pra bom entendedor, um pingo é letra.

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sexta-feira, 21 de março de 2008

Excalibur

Estamos tendo Literatura Portuguesa, na ordem cronológica. Já passamos pela parte das cantigas (de amor, de amigo, de escárnio, etc) e agora estamos estudando a influência causada pelo ciclo arthuriano na literatura portuguesa. Tudo bem, se não fosse por três pequenos e quase insignificantes poréns:
1) Vamos estudar o ciclo arthuriano já a partir da próxima aula de... Cultura e Literatura Britânica, ora bolas.
2) Desta forma, a impressão que fica é que a literatura portuguesa propriamente dita não apresentou nada de novo e relevante neste período. Quero estar enganado.
3) Resta óbvio que as professoras não se comunicam sobre os temas abordados. Pq essa é uma questão até óbvia: se eu ministro uma disciplina que fala da influência da literatura britânica (mas não é sobre Literatura Britânica) e sei que tem outra professora que ministra uma disciplina específica sobre literatura britânica, por que motivo não cruzo informações a fim de obter melhor informação para os alunos (repito as palavras "literatura britânica" de propósito, para explicitar o quão ridícula é a situação)? Caso agravante: a disciplina de Literatura Portuguesa é ministrada pela... Coordenadora do Curso de Letras! Ou seja, ela sabe a nossa grade. Fica a pergunta: o que esse povo conversa na sala dos professores? Onde leciono conversamos sobre amenidades, sim. Mas também sobre conteúdos dados.
(pausa: ouvindo Chris Isaak, "Speak of the Devil". Eta cara foda!)
Então, volto. Fora digressões sobre estratégias de ensino desastradas, queria mesmo era falar do filme. Ou ainda, da história.
O grande símbolo do período arthuriano é a passagem da Bretanha saxônica e bárbara, mística e mágica, para a Bretanha cristã. E o filme mostra isso com clareza: desde a concepção de Arthur, graças à magia de Merlin, que permitiu o Rei Uther se passar pelo Rei Gorlois para possuir Igraine, sua esposa, que engravidou. Então, levado por Merlin, Arthur reaparece anos depois, para tirar a espada de Excalibur da pedra onde Uther, seu pai, a havia colocado. Dizia a lenda que somente o verdadeiro rei poderia tirar Excalibur da pedra, e dessa forma Arthur fora consagrado como o rei que uniria o país - não sem um período sangrento de guerra. Mas, enfim, Arthur logrou êxito. Mas veremos que a conquista pela magia não se apoiaria por si só.
Arthur se casaria com Guinevere, de família Cristã (o que o filme, resumido q só, não conta). Guinevere começa a ter ascenção cada vez maior sobre o rei, a ponto de os costumes Cristãos começarem a ser adotados no reino. O mais irônico é que o fim da paz e prosperidade no reino arthuriano é simbolizado pela traição de Guinevere, esposa, com Lancelott, melhor amigo do Rei.
A decepção pela amarga traição faz Arthur abrir mão de Excalibur. A fome e a miséria voltam a se espalhar pela Bretanha. Para Arthur, a única maneira de o reino recuperar a prosperidade é pela conquista do Santo Graal, o cálice utilizado por Jesus Cristo em sua última ceia (coincidência: escrevo este post na sexta-feira santa, dia da paixão). E para isso, aciona seus fiéis cavaleiros da távola redonda para que o procurem.
Outro indício da dualidade cristianismo / paganismo que marca a obra (e o período como um todo): a magia pagã faz o Rei ascender ao trono. A busca por um dos maiores símbolos do Cristianismo é a única chave para seu reinado seguir pleno e próspero. Eis que o filme aborda as 02 maiores obras do período arthuriano: a lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda (essencialmente pagã) e a Busca do Santo Graal (de fundo cristão).
Achado o Graal (numa busca desenfreada, que durou mais de 10 anos), Arthur recupera a vitalidade e sai disposto a manter a Bretanha unida e devolver a prosperidade a seu povo - e o herói de volta ao seu habitat: um novo período de guerras, lutas e conquistas para a união da terra. Aliás, a saga de Arthur segue os exatos passos da mitologia do herói criada por Joseph Campbell. Qualquer dia falo disso.
Mas voltando, eis que mais um sinal da dualidade cristianismo / paganismo entrelaça as histórias: Arthur encontra Guinevere em um convento; ela, ciente da jornada que Arthur está incumbido, dá-lhe... Excalibur, que fora guardada por ela durante estes anos todos: a espada sagrada, pagã, guardada por uma cristã, em um convento. De posse da espada mágica, Arthur vai seguindo seu destino até a hora do confronto final, com imenso simbolismo do dualismo citado: a batalha final contra Mordred, seu filho com Morgana, sua irmã, que fora abençoada como sacerdotiza na antiga religião da Bretanha saxônica, com seus ritos, deusas e magos: sua grande mágoa era o iminente desaparecimento desta religião em prol do cristianismo que ganhava adeptos por toda a ilha, sob o reinado de seu irmão: sua vingança seria fazer o herdeiro do Rei (Guinevere não tinha dado um filho varão a Arthur), com sangue real mas criado nos ritos antigos, pagãos, de culto à deusa. O final: todos os traços de magia, Arthur e Mordred, desaparecem - o que não deixa de ser mais um êxito, o último, do grande rei que uniu a Bretanha na transição do paganismo ao cristianismo. A pedido de Arthur, o grande símbolo da magia pagã, Excalibur, é entregue a Dama do Lago (Viviane, irmã de Igraine, tia de Morgana), entidade que tem a incumbência de zelar pela espada, até que ela seja necessária para unificar novamente a Bretanha. O resto a história nos conta: a Bretanha virou Inglaterra, virou Grã-Bretanha, e é uma ilha eminentemente Cristã - ainda que possua uma história belíssima e rica, com suas raízes pagãs; ainda que se divida entre o anglicanismo e o catolicismo. A época arthuriana nada mais é que a narrativa desta passagem. Eis a importância da literatura: contar a história do seu povo. Dizer ao povo quem ele realmente foi, para que ele entenda quem ele realmente é.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Gangrena Gasosa - Saravá Metal

Gangrena Gasosa - GG - Quem gosta de Iron Maiden também gosta de KLB

Ainda tenho o meu primeiro disco heavy de vinil
É o killers do iron meiden mano, puta que o pariu!
Eu ouvia o dia inteiro ia até de madrugada
Hoje em dia os metaleiros são uma puta pleiboyzada

Não tinha nada de new metal, linkin park, limp bizkit,
Korn, system of a down, e esse monte de bichice
Naqueles tempo do slayer reining blood que era bom
Salve os deuses do inferno kronos, mantas e abaddon

Escutei slipknot mas não adiantou nada
Botaram dj no meio pra mim isso é o que estraga
Só se salvam hoje em dia o anal cunt e brujeria
Só se salvam hoje em dia o anal cunt e brujeria
Mas hoje em dia...

Refrão (2x):
Quem gosta de Iron Maiden
Também gosta de KLB

Marilyn manson é radical? Tu não manda essa não pra mim
Ele é um puta d'um comédia vestido de drag queen
Eu não aguento evanescence pagando de agressivo
Mas eu curto a vocalista com seu shape nutritivo

O alargador na sua orelha daté pra passar um dedo
Quanto tempo tu não come um pastel de cabelo?
Fala sério pley, vai escutar napalm antigo
Extreme noise terror, disrupt e impetigo
Mas hoje em dia...

Refrão (2x):
Quem gosta de Iron Maiden
Também gosta de KLB

Pare de escutar coal chamber e vai escutar scum
Pare de escutar strokes e vai escutar nazum
Pare de ser guns'n'roses
Deixe de ser pleiboyzation
Pare de ser soulfly
Seja bestial devastation

Adoro Iron Maiden e tenho horror a KLB. Mas além desse som ser uma desgraceira das boas, concordo num ponto: a música dita "pesada" de hoje em dia está muito escrota e muito bicha - sem querer ofender os praticantes dessa variante sexual. Saravá!

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terça-feira, 11 de março de 2008

Angeli

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Didática. Ou fábrica de cobaias

Aula de "didática" é um troço complicado. Primeiro pq corre-se o risco de o professor adotar a sua linha de atuação como o correto a ser seguido, mesmo que o conteúdo a ser dado e o perfil sócio-econômico e cultural da turma varie ao infinito. Segundo pq, dependendo da tal linha de atuação, o cara envenena a cabeça dos alunos. Na nossa mais recente"aula", padecemos dos dois males.
Pra mim, liberal e libertário, com horror a qualquer imposição burocrata e/ou estatal (ainda mais na educação), já é uma paúra ver professor defendendo com ênfase a escola pública ao mesmo tempo que faz proselitismo sindical do mais vagabundo em sala visando nada menos que seu (do professor) próprio interesse. Pois as 04 aulas que tivemos nesse dia, além desse discurso delinquente, aguentamos mais 02 vertentes: a professora q reclama q é mal paga e a outra q defende o tal construtivismo. Sabem como é, aquela vertente q, aos 02 anos tenta ensinar a criança a ler e aos 14 tenta ensinar o que é "lúdico", brincando com bambolês e jogos de montar: adianta o crescimento da criança pra depois tratá-la como retardada, sem que, nesse processo, ela aprenda algo além de relinchar clichês.
Os que combatem a gramática tradicional devem adorar os resultados de tanto "lúdico" nas escolas: crianças que não sabem ler, não sabem escrever, não sabem interpretar - a repetir esse engano por gerações, teremos uma nova linhagem de asnos em breve. Mas tudo de uma forma "construtivista de interação com o mundo". Não se aprendem funções sintáticas elementares; os alunos têm uma noção semântica paupérrima; constroem frases que não fazem sentido algum; escrevem o que falam, e falam cada vez pior. Não há contato com a língua, com a comunicação - conseqüentemente, não há aprendizado. E ainda defendem essa metodolgia? Eis uma das razões de um curso como Letras ser tão mal visto: por formar bocós delinquentes. Orientados por sindicalistas amadores, professores que só reclamam da falta de dinheiro, sem senso crítico pra ver que uma teoria, por melhor que seja, ainda é uma teoria. Se a prática a desmente, ora... às favas com a teoria - não usemos crianças como cobaias. Mas não: só falta um professor ruminar que a culpa é da falta de apoio familiar. E a família culpa a escola. Ambos culpam o MEC. Que culpa as Secretarias Estaduais. E a criançada não aprende p... nenhuma, até a próxima moda. Que aliás, já estamos sendo submetidos: é falar mal do tal jornal que a Secretaria de Cultura do Estado de SP criou como suporte pras aulas. Qualquer hora falo do tema, mas aviso: só pelos vagabundos ligados ao esquerdismo mais tosco terem chiado, creio que a idéia é, no mínimo, interessante. Mas isso é apenas provocação, claro.
Parafraseando Voltaire, sempre que tenho uma aula que tece loas a esse tipo de cretinice, sinto uma empatia tremenda: quase saio da sala também andando sobre quatro patas.

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