segunda-feira, 10 de março de 2008

Didática. Ou fábrica de cobaias

Aula de "didática" é um troço complicado. Primeiro pq corre-se o risco de o professor adotar a sua linha de atuação como o correto a ser seguido, mesmo que o conteúdo a ser dado e o perfil sócio-econômico e cultural da turma varie ao infinito. Segundo pq, dependendo da tal linha de atuação, o cara envenena a cabeça dos alunos. Na nossa mais recente"aula", padecemos dos dois males.
Pra mim, liberal e libertário, com horror a qualquer imposição burocrata e/ou estatal (ainda mais na educação), já é uma paúra ver professor defendendo com ênfase a escola pública ao mesmo tempo que faz proselitismo sindical do mais vagabundo em sala visando nada menos que seu (do professor) próprio interesse. Pois as 04 aulas que tivemos nesse dia, além desse discurso delinquente, aguentamos mais 02 vertentes: a professora q reclama q é mal paga e a outra q defende o tal construtivismo. Sabem como é, aquela vertente q, aos 02 anos tenta ensinar a criança a ler e aos 14 tenta ensinar o que é "lúdico", brincando com bambolês e jogos de montar: adianta o crescimento da criança pra depois tratá-la como retardada, sem que, nesse processo, ela aprenda algo além de relinchar clichês.
Os que combatem a gramática tradicional devem adorar os resultados de tanto "lúdico" nas escolas: crianças que não sabem ler, não sabem escrever, não sabem interpretar - a repetir esse engano por gerações, teremos uma nova linhagem de asnos em breve. Mas tudo de uma forma "construtivista de interação com o mundo". Não se aprendem funções sintáticas elementares; os alunos têm uma noção semântica paupérrima; constroem frases que não fazem sentido algum; escrevem o que falam, e falam cada vez pior. Não há contato com a língua, com a comunicação - conseqüentemente, não há aprendizado. E ainda defendem essa metodolgia? Eis uma das razões de um curso como Letras ser tão mal visto: por formar bocós delinquentes. Orientados por sindicalistas amadores, professores que só reclamam da falta de dinheiro, sem senso crítico pra ver que uma teoria, por melhor que seja, ainda é uma teoria. Se a prática a desmente, ora... às favas com a teoria - não usemos crianças como cobaias. Mas não: só falta um professor ruminar que a culpa é da falta de apoio familiar. E a família culpa a escola. Ambos culpam o MEC. Que culpa as Secretarias Estaduais. E a criançada não aprende p... nenhuma, até a próxima moda. Que aliás, já estamos sendo submetidos: é falar mal do tal jornal que a Secretaria de Cultura do Estado de SP criou como suporte pras aulas. Qualquer hora falo do tema, mas aviso: só pelos vagabundos ligados ao esquerdismo mais tosco terem chiado, creio que a idéia é, no mínimo, interessante. Mas isso é apenas provocação, claro.
Parafraseando Voltaire, sempre que tenho uma aula que tece loas a esse tipo de cretinice, sinto uma empatia tremenda: quase saio da sala também andando sobre quatro patas.

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