domingo, 26 de julho de 2009

Saramago

Do Globo Online, essa entrevista:


Em vários textos do livro, o senhor é crítico a figuras políticas: George Bush em 18 de setembro de 2008; Berlusconi em 19 de setembro de 2008 e em 13 de março de 2009; José Maria Aznar em 22 de setembro de 2008; o papa Bento XVI em 9 de outubro de 2008; Sarkozy em 6 de janeiro de 2009; e a própria "esquerda" é alvo de críticas em 1 de outubro de 2008. Mas há também textos esperançosos, sobretudo em relação à eleição de Barack Obama. Só que eu não me recordo de ter lido nada específico sobre o governo do Brasil. O que o senhor acha do presidente Lula?

SARAMAGO: Acho que o presidente Lula tem feito um excelente trabalho neste segundo mandato se aceitarmos como inevitáveis certas “infidelidades” ao seu programa inicial.

-x-

A entrevista tem bons momentos. Saramago é, sempre, um ótimo entrevistado. Fala bem, usa a linguagem a seu favor e sabe se promover muito bem. E, antes de qualquer coisa, gosto de sua literatura. Pode até ser cansativo em alguns momentos, mas é diferente do resto. Ensaio sobre a Cegueira é um grande livro, Memorial do Convento é ótimo também. Nunca li o Evangelho Segundo Jesus Cristo, mas quero lê-lo. Falo aqui, neste post, do (ai) "Saramago que emite opiniões sobre política". A análise é essa. Então, eu gostaria mesmo de saber o que Saramago considera "infidelidade inevitável":

- Se aliar a velhas oligarquias, com seus velhos coronéis?
- Usar dinheiro público em negócios suspeitos que só beneficiam os seus aliados mais próximos?
- Ser o articulador do legislativo mais nefasto da história do Brasil?
- Ser o presidente que menos tempo passa no seu próprio país?
- Aceitar chantagem de bandoleiros de quinta categoria, como Chavez, Evo, Corrêa, Lugo?
- Colocar o tal Movimento Estudantil (toc, toc, toc) sob cabresto?
- Tentar o possível para silenciar a imprensa?


E é claro que ele não opina sobre o Brasil. Nem sobre Cuba. Venezuela, China, Coréia do Norte. Não existe "crítica a favor". Vai falar mal daqueles com quem ele tem afinidade ideológica? Vai falar o quê? Que Collor tem tido um "comportamento exemplar"? Que Sarney tem uma "imensa folha de serviços prestados ao país"?

Este é mais um capítulo do pensamento das esquerdas (o outro está no post sobre a UNE): infidelidade boa é aquela "a favor" da causa. Mesmo que não se saiba que causa é essa. Ou por outra: não há causa alguma. Apenas o aforismo de sempre: "Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei".

PS: Descobri que tenho algo em comum com o José Saramago: ele também tem um blog que ninguém lê, hahahaha...

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1 Comentários:

Às 27 de julho de 2009 às 07:10 , Anonymous Guilherme disse...

hey, eu leio...
o seu, não o dele hehe

abç

 

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