sábado, 13 de outubro de 2007

Rodoviária (ou "por que alguns discos serão sempre clássicos")

Sexta-feira, 12 de outubro: feriado. Você aguarda a chegada daqueles 03 dias com a convicção de não se mover além do mínimo necessário pra não morrer de fome. Aí, pinta uma missão que te faz ter uma única certeza: não, eu não vou conseguir descansar MESMO. No meu caso, a missão era buscar minha tia na rodoviária. Tanto barulho por tão pouco, não? É, mas olha só: ela sairia do Rio de Janeiro às 23h50. A viagem até aqui dura algo entre quatro horas e meia e cinco horas. Em suma, meu feriado começaria com uma expedição até a Rodoviária num horário super "alternativo": 04h20 e 04h50 da manhã.
Mas pela intensidade do feriado de Nossa Senhora Aparecida, titia só aportou na capital aeroespacial às 06h30. Já feliz (pô, 02 horas de sono a mais, cara!), procurei algo pra ouvir. Dei uma topada clássica no pé do sofá, gritei um "AAH" as soft as I could, lembrei do começo de I Cant Quit You, do (vá lá: com) Led Zeppelin. E comecei a procurar a música, entre meus cd's. Achei logo de cara o primeirão da banda, Led Zeppelin I, de 1969. E aqui a história começa de verdade.
Sexta-feira, 12 de outubro: feriado. Um dia lindo, típico de verão. Temperatura agradável, o que publicitários chamariam de "frescor da manhã". Entrei no carro, coloco o cd, "Good Times, Bad Times", perfeita. Casava com o dia (tanto que teve um trecho sampleado em "Sábado", do Paralamas). Aí pensei: acaba essa eu pulo pra I Cant Quit You, q é a penúltima, e beleza. Só q concentrado na direção, sou atingido em cheio pela introdução de Babe I'm Gonna Leave You: aquele violão chorando, o Robert Plant sussurrando a letra, o finalzinho com o violão chorando um lick arrebatador de blues, no clima. E vem You Shook Me, uma aula de blues, heavy-blues, blues rock: marcadona, quase marcial, pesada, densa, intensa, sensualíssima. E os quatro arregaçando uma Jam Session de cair o queixo, memorável.
E tome Dazed And Confused, dizaí! Me rendi. Knock-down. E enquanto a música entrava numa quebradeira alucinante, me veio a idéia definitiva, inapelável: certos discos são e serão clássicos eternos. Daqui a 280 anos, as pessoas vão colocar um disco assim e pensar isso. Pq o q é bom dura por si só, sem retoques: tem magia própria. Faz de uma ida à Rodoviária um passeio marcante e gostoso. Sem exagero: a boa música deixa a vida saborosa, colorida.
Então, missão cumprida. Busquei a tia, rememoramos pessoas que temos em comum nas nossas vidas, vi algumas fotos, falei de mim e ela falou dela; ela e minha mãe desceram, entraram falando muito e eu subi. Foi numa vibe muito de boa. Cheguei em casa no finalzinho de Communication Breakdown.
Em casa? Ah, não! Não, não e não. Entrei, cumprimentei o porteiro, estacionei o carro. Olhei ao redor, encostei a cabeça no banco, aumentei o volume e escutei I Cant Quit You Baby inteirinha. E a primeira parte de How Many More Times também. E aí o feriadão começou mesmo.


Eis a capa dessa jóia rara: o primeiro zeppelin de chumbo!

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1 Comentários:

Às 17 de outubro de 2007 às 14:57 , Blogger thais cavalcanti disse...

ah, música... ah, feriado... coisa boa, não?!

 

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