sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tá de sacanagem

Assisti ontem ao ótimo programa "Que Rock é esse?", muito embora o apresentador seja o Beto Lee (é, ele tem não um, mas DOIS programas no Multishow!). Ótimo porque deu uma geral no Rock In Rio I, de 1985, o primeiro grande evento internacional no Brasil, etc, etc.
Me chamou a atenção a opinião de um cara que sempre admirei muito, Roberto Frejat, do Barão Vermelho: aquela velha ladainha que os artistas brasileiros deveriam ser mais respeitados, pois eles que provaram ter demanda pra públicos de rock no Brasil... nada mais estúpido: Queen, Kiss, Frampton, Alice Cooper, todos já tinham vindo antes para o Brasil e foram totalmente sold out (o Queen sozinho lotou o Morumbi!). Ainda que não fosse por esse motivo, mesmo que não tivesse motivo algum, teríamos:
- Queen na época do Radio Ga Ga;
- Iron Maiden na tour do Powerslave, auge da banda;
- Scorpions com Love at first bite, Still Loving You estouradaça;
- AC DC já consagradíssimo;
- James Taylor, Rod Stewart, Ozzy Osbounre...

E, em 1985, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Lulu Santos, entre outros, queriam a mesma estrutura desses caras? Tá de sacanagem, né? Alguém já falou pra esses caras sobre "relevância artística"? E ainda falam que isso não acontece pela mentalidade do brasileiro, de "eterno colonizado"; afinal, o festival era aqui, "a gente que fez isso acontecer". Eta pobreza: de espírito e intelectual. Colonizado é a esse papo revanchista, de eterno oprimido: "Esses caras que dominem lá nas terras deles; na minha senzala mandou eu". Ademais, os próprios artistas entrevistados admitem que aprenderam muito com o evento, em termos profissionais, estruturais. Papo besta. Pisou na bola, Frejat. Lúcidos foram Lulu Santos e Nelson Motta (este, sempre), que viram no evento uma oportunidade de intercâmbio e crescimento.
O brasileiro, começo a crer de verdade, não só não desiste como não aprende nunca.

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3 Comentários:

Às 29 de julho de 2008 às 18:25 , Blogger thais cavalcanti disse...

já reparou que brasileiro é o único povo (artístico) a ter essa de "botar pra tocar de dia é falta de respeito"? aqui é uma ofensa tocar com sol... sei lá. acho pura babaquice.

 
Às 29 de julho de 2008 às 18:31 , Blogger Rodrigo Rover disse...

Si, isso porque somos um patropi abençoá por Dê e boni por naturê (maquibelê!). Esse negócio de tocar de dia é coisa de europeu e americano, aqueles atrasados. Humpf!

(tá de sacanagem!)

 
Às 31 de julho de 2008 às 04:43 , Blogger Marie Tourvel disse...

O roquenrol brazuca que se apresentou no Rock in Rio no Rio (sim, porque agora tem até Rock in Rio in Lisboa) não chega nem perto do que tinha de melhor. Cadê o Ultraje, cadê o Camisa? E querer o mesmo som do AC/DC? Vai trabalhar, Frejat, vai trabalhar. Beijos e saudade, Rover.

 

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