terça-feira, 29 de julho de 2008

Non sense

Falem qualquer coisa de Luis Nassif. Mas, para o bem ou para o mal, o homem é incansável. E de uma desfaçatez ímpar. Vejamos o que tão sagaz analista tem pra nós (ele em fonte normal, eu em negrito):

De modo surpreendente, no seu podcast de hoje Diogo Mainardi acabou entregando o jogo em que se meteu no caso Opportunity.
Surpreendente, caro? Acho que não. Veremos. Pra acompanhar, o texto com a íntegra do podcast do "Diego" tá aqui.

O curioso é que, no ataque que fez contra mim na Veja, Mainardi me acusa de trabalhar para a Telecom Itália - o mesmo grupo que ele admite, no podcast, ser sua fonte através do seu fraterno amigo, dal Pino. Em todo esse período joga com a confusão para obter álibis. Chega a hora em que a esperteza acaba por comer o esperto - para usar um provérbio mineiro.
Não, Nassif. O que Mainardi escreveu é que a Telecom Itália patrocina seu site. Aqui, ó. Se isto já faz com que você trabalhe pra eles, é ilação sua. E, aí sim, teríamos uma confissão, hehe...

Em meados de 2005, provavelmente entre maio e junho, a relação se amplia. 18 de maio de 2005 é a data do último ataque (de Veja) a Dantas; 15 de junho de 2005 o início ostensivo da mudança de rota.
Maio de 2005 é a data do último "ataque" (pra ficar num termo nassifiano, tão contrário a monstruosidades como "assassinatos de reputação") a Dantas? Isso aqui não me parece nada alinhado a Dantas (e ainda coloca como "sensíveis" aos interesses de Dantas o tucano Arthur Virgílio e o petista Sigmaringa Seixas). E é de 2006. Ou essa coluna de Mainardi, também de 2006, falando "muito bem" de Dantas e seus negócios. E agora, Nassif?

No dia 28 de abril de 2005 foi anunciado o acordo entre a Telecom Itália e Daniel Dantas, amplamente noticiado na imprensa.
Leia aqui na “Folha”:
A paz entre o banco Opportunity e a Telecom Italia foi selada ontem. O acordo custou 341 milhões, cerca de R$ 1,2 bilhão, aos italianos e a renúncia do Opportunity ao controle da Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa da região Centro-Oeste.
Ou seja, quando Mainardi entrou de cabeça no jogo, ao contrário do que ele tenta passar, Telecom Italia e Opportunity já tinham se tornado aliados. E o mentor da aliança, do lado italiano, foi justamente seu fraterno amigo Paolo dal Pino. Sua outra fonte, conforme ele próprio já admitiu, era Daniel Dantas.
Nassif, jornalista iniciante, levou o "paz" do texto ao pé da letra. Claro. Italianos e Dantas pararam de se espionar, a grana parou de rolar, empresários e políticos voltaram pras suas casas, lobbys deixaram de ser feitos, a telefonia seguiu em harmonia e a paz reinou. Tudo isso graças ao auxílio de Mainardi e Veja, com suas fontes e matérias. Claro. Outro ponto: ele não admite Dantas como "sua outra fonte". Não neste processo dos documentos italianos.

Na época, Mainardi fazia o jogo de Dantas; e fazia o jogo da Telecom Italia. E fazia porque a Telecom Italia passou a fazer o jogo de Dantas.
Ora, ora: Mainardi foi a ponte MESMO da tal "paz", não? Telecom Italia e Opportunity se pegavam, mas o super-Mainardi tinha ambos como fonte, e a paz foi feita. Afinal, Mainardi entrara "de cabeça" no jogo. E os italianos toparam pagar mais de 1 bilhão. Simples assim.

No recente episódio do Inquérito italiano, e sua tentativa de influenciar o Inquérito da Kroll, no Brasil, o jogo só tinha um lado interessado, Daniel Dantas, já que a parceria com os italianos se encerrou há tempos e eles só estão envolvidos no inquérito que corre na Itália.
Outro erro, Nassif. Como já foi fartamente noticiado (aliás, principalmente pelo próprio Mainardi), ninguém pára em pé nessa história dos italianos. Tanto é que o Ministério Público, tão célere em acusar via blogs, não se mexe pra ver esses documentos. Nassif noticia o inquérito dos italianos como se fosse coisa deles lá, e pronto-cabô. Como se políticos e empresários brasileiros não tivessem sido citados em grande parte do processo. Imagino que não muito bem, claro.

Não sei se por pânico ou o quê mais, por desespero atrás de um álibi qualquer, Mainardi acabou entregando-se de bandeja, jogando com datas e imaginando que o engodo passaria em branco.
Entregando-se de bandeja? Mainardi cansou de citar que suas fontes eram italianas, sendo esculachado por tudo e todos (inclusive por LN). Agora que ele fala de uma fonte italiana... ele está se entregando? Confesso não ter entendido essa parte. E datas? Mas que datas são essas? O paladino da ética e do jornalismo de serviços não fala. Ou serão as datas de seu delírio chamado por ele de dossiê? Mainardi se confundiu a partir do raciocínio de LN? Como assim? Confesso, novamente, minha ignorância. Isso me foge.

E, last but not least, um trecho da coluna de Mainardi de JUNHO DE 2006, portanto mais de um ano depois do "direcionamento" pró-Dantas em Veja: "Meu primeiro contato com Daniel Dantas e seus homens ocorreu em setembro do ano passado, depois que publiquei duas colunas acusando-o de ter financiado o mensalão."

Isso é que é alinhamento, não?


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3 Comentários:

Às 31 de julho de 2008 às 04:47 , Blogger Marie Tourvel disse...

Isso é trabalho jornalístico. No dia em que eu tiver meu próprio jornal, contrato você para a coluna principal dele. O Gravata citou você, querido. E eu citarei sempre. Você é o menino do balacobaco. Um grande beijo e parabéns pelo trabalho.

 
Às 31 de julho de 2008 às 10:38 , Blogger Em Cena disse...

Obrigada você por escrever um post que elimina qualquer dúvida em relação ao caráter dos envolvidos!

 
Às 11 de agosto de 2008 às 21:27 , Anonymous Anônimo disse...

Não sei quem quer aparecer mais.

 

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