domingo, 9 de maio de 2010

Ensinando e cantando e seguindo

Tired and busy... a not-so-new life of Rover.

Assustador como essa geração não quer saber de cultura. De tipo nenhum. Essa geração internet ocupa seu tempo fuçando a vida dos outros e trancada em seus limites. Não ousa, não voa, não questiona. Aviso: estamos criando uma geração de gente medíocre e facilmente manipulável - no pior sentido da palavra. E isso me assusta sobremaneira, porque sou pai e educador. Mas, enfim, o pior não é isso. O pior é que eles são resistentes, têm a mente fechada e (good Lord!) são imensamente preconceituosos. Beiram a agressividade - mas aí já é mais um sintoma da ignorância. Não que eu seja um gênio ou alguém muito culto, longe disso. Mas sempre fui aberto a procurar e conhecer coisas novas. Sempre quis saber mais. Sempre estive ciente de que poderia ser mais e saber mais. E, com 34 anos, ainda me sinto assim. Outsider, gauche, beat. Como na música dos Secos & Molhados: "não há possibilidade de viver com essa gente... nem com nenhuma gente."
E acaba que encaro a docência e o trabalho com educação como um sacerdócio (haha). Usar as matérias para falar sobre coisas e assuntos que não são do mundo dessa galera. Mostrar caminhos, ser influência mesmo. Fecho com T. S. Elliot em "A Essência da Poesia" (editora Artenova, 1972), p.36: "Deveria haver sempre uma pequena vanguarda de pessoas, apreciadoras de poesia, independentes, e de alguma forma avançadas em relação a seu tempo, ou prontas a assimilar as novidades mais rapidamente. O desenvolvimento da cultura não significa trazer todos para as primeiras linhas, o que seria apenas fazer com que todos marcassem passo: significa a manutenção de uma elite, com a grande e mais passiva maioria dos leitores não mais distantes dela do que uma geração ou pouco mais. As modificações e desenvolvimentos de sensibilidade que poucos revelam a princípio acabarão insinuando-se gradualmente na língua, através da influência desses poucos nos outros." Claro que Elliot é radical e, num mundo onde tudo acontece em tempo real, "uma geração ou pouco mais" é realmente muito tempo. Anyway, a essência é essa. É um pensamento elitista? Provavelmente. Mas eu realmente acredito que exista alta e baixa cultura. E, de novo, não que eu seja somente apreciador da alta cultura, ou apenas ou que eu gosto é que seja bom (ISSO SIM seria elitismo) - também adoro minhas besteirinhas, que sei serem apenas... besteirinhas. Mas quero ser uma alternativa para os alunos que querem fugir do rebolation ou das novelas da globo. Indicar um caminho sem juízo de valor - apenas diferente. Oxigenar a mente da garotada. Pode ser uma gota no oceano - mas nunca quis ser maioria mesmo.
Tenho trabalhado coisas tão absurdas em sala de aula como Soundgarden, Carlos Drummond, Bruce Springsteen, Fernando Pessoa, Oasis, Chico Sciente, João Cabral, Audioslave, Edward Foster, Gregório de Mattos... let's go crazy, fellas.

Uma das que eu mais gosto de usar em aula. Puro feeling. Quando a galera viaja junto, é de emocionar. Go, Boss!

Marcadores: , , , , , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial

Desenvolvimento de sites
Desenvolvimento de sites