quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Beatles ao vivo no Budokan, os fãs. E finalmente remasterizados!

Adoro Beatles. Mesmo. Desde muuuuuuito tempo. Pra ser mais exato, desde 1984, quando minha mãe comprou um cassete (sim: uma fita cassete!) lançado pela Som Livre, com uma coletânea do grupo - uma capinha azul, muito legal. Um dos meus grupos favoritos em tudo: atitude, marketing, mitologia em torno e dentro do grupo. Claro que nada disso teria efeito se a música não fosse maravilhosa, como de fato é em todas as fases.
Introdução feita, comprei o DVD
Live at Budokan, registro de um dos últimos shows dos Beatles (de 30 de junho de 66 - o último show, teto da Abbey Road a parte, foi em 29 de agosto de 66). Algumas coisas são dignas de nota:
- o grupo já transparecia um saco-cheísmo de toda aquela histeria. Os gritos, as fãs sequer prestando atenção ao que eles tocavam... especialmente Ringo e John. O primeiro tocando de cara amarrada, burocraticamente. Não que Ringo fosse um grande baterista, claro. Mas ele estava ainda mais burocrático...
- Em alguns momentos, chego a crer que eles realmente tiram sarro da coisa toda. Riem, acenam só pra provocar reações histéricas e caem na risada. Até o "surto" de Lennon, tido como único no no histórico concerto no Shea Stadium, é repetido no Budokan.
- A estrutura para o show é ridícula. Os microfones ficam balançando, quase caem vááárias vezes, praticamente "andam", fogem de quem canta (Lennon, McCartney e Harrison riem disso várias vezes durante o show; Lennon chega a debochar verbalmente sobre o tema).
- Agora, mesmo assim, os caras eram bons. Não me venham com o papo de que "tecnicamente" isso e aquilo. Não falo de técnica, falo de capacidade harmônica, feeling musical, melodia. De que adianta ser um Malmsteen se você não consegue criar nada comparável as harmonias vocais de If I Needed Someone ou Nowhere Man? De que adianta ser um Jaco Pastorius se você não compõe um riff como o de Day Tripper? Eles não eram lá grandes instrumentistas, mas faziam a coisa de uma forma única. Os imitadores podem até fazer mais polido, mais limpo, colocar mais coisas complexas (e, opino, inúteis) na mistura; mas não conseguem soar daquele jeito - e nisso os Beatles me remetem muito aos Ramones: limitados sob o ponto de vista burocrático e técnico, mas únicos musicalmente. O que, pra este escriba, vale muito mais do que a quantidade de arpeggios por segundo...
- A capa diz "edição de colecionador", e é verdade mesmo. É o melhor dos Beatles? Hummm... não. É um grande show? Nem isso. É pirotécnico? Não. Possui extras sensacionais? Não. Como dito acima, é até nítido a saco-cheíce dos caras. Mas é um registro histórico de uma das maiores manifestações culturais do século XX. E o repertório é uma diliça, rapá: Rock And Roll Music (com um verso a menos), She´s a Woman, If I Needed Someone, Day Tripper, Baby's in Black, I Feel Fine, Yesterday (com banda!), I Wanna Be Your Man (música apresentada como "Ringo!"), Nowhere Man, Paperback Writer, I´m Down. Ou seja: um documento histórico mesmo, sem truque ou trapaça. Sozinho talvez não seja suficiente para entender tanto alvoroço ao redor dos caras. Mas, para iniciados, é papa fina.
A respeito dos extras: naquela época a banda tinha saído para um giro por Alemanha, Filipinas e Japão, e entraram num puta rolo nas Filipinas (eles falam disso em um dos Anthology). Nos extras do DVD, entrevistas da época, onde eles comentam, como diria o locutor, "no frescor do momento". Outro belo registro.
-x-
Estou com esse post no forno há uns dias, sempre com dificuldade de encerrá-lo, quando
leio sobre o lançamento do catálogo do Fab Four remasterizado! Alvíssaras! Sempre me perguntei (meio que já sabendo a resposta) o porquê de só os cds dos Beatles terem embalagem e som tããão pobres. Constrangedoramente pobres! Já falei em um post que discos feitos pra vinil e passados diretamente para o cd (e agora mp3) são horrorosos, e mesmo os Beatles não fogem a essa regra. O que me leva a querer ouvir especialmente os discos a partir do Rubber Soul, onde eles aumentam o número de canais de gravação, recursos e truques de estúdio. Agora, como você pode ver aqui no Jamari França (o melhor blog de música da imprensa brasileira), os discos receberam o tratamento merecido, com detalhes saborosos. Ou seja: pobre bolso de Rover... como se não bastasse, os discos ainda têm como extras depoimentos dos Beatles e do produtor George Martin sobre cada álbum (íntegra, via Jama, aqui)

Prévia de como será o disco Abbey Road. Oh, yeah!

Marcadores: , , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial

Desenvolvimento de sites
Desenvolvimento de sites