sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Marketing na web

Leio na Folha: "Estrategista de Obama para a web diz que tática tem de ser adaptada para o Brasil", aqui, pra assinantes (por Letícia Sander).

"O marqueteiro João Santana promoveu na terça-feira um encontro em Brasília entre a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o americano Ben Self, mentor das estratégias de campanha na internet que ajudaram a eleger o presidente Barack Obama (EUA), para tratar do uso da rede na campanha de 2010. (...)

Sob os auspícios de João Santana, a empresa de Self, a Blue State Digital, fechou uma parceria com uma empresa brasileira que atua no setor de internet, a Pepper. A primeira fase desta parceria, já iniciada, é a elaboração de um diagnóstico para o PT sobre as possibilidades de uso da internet nas campanhas. Ambas as empresas atuarão na aplicação dessas estratégias, num segundo momento.Antes de embarcar de volta aos Estados Unidos, Self falou sobre como aplicar esses modelos no Brasil, onde o acesso à internet é bem menos pulverizado do que nos EUA, Self disse: "Eu não acredito que você possa trazer algo pronto de determinado país, implementar em outro e fazê-lo funcionar". Trata-se, segundo ele, de entender como estabelecer relações com as pessoas e usar estas relações para pedir que elas se mobilizem por sua causa. "Isso sim funciona em qualquer lugar. É a natureza humana".(...)"

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Eis um assunto que ainda vai dar o que falar. A eleição de 2010, escrevam, será a primeira grande eleição em que a internet terá papel decisivo. Como foi a de Obama em 2008 (o que faz voltar aquele papo do atraso brasuca, mas não quero fugir do assunto marketing). Só não sabemos quão grande será esta influência porque o brasileiro é, claro, diferente do americano. As manifestações "fora Sarney" mobilizadas via Twitter juntaram uns 100 gatos pingados. Mas por outro lado, na rede, o debate corre intenso. O maior desafio não será fazer a campanha decolar na web; o maior desafio será mobilizar as pessoas a partir da web. Aí é que vamos poder analisar, comparar. O brasileiro usa muito a internet - mas, como questiono sempre: será que usa bem? Se informa, troca idéias, debate ou fica dentro do seu mundo e nada mais, como diria Guilherme Arantes?
E, como sempre, o PT mostra que de bobo não tem nada. Já corre atrás do cara que fez a campanha de ninguém menos que Barack Hussein Obama. Tudo pra tirar Dilma da lama (eta rimazinha infame!), rá! Agora sério: se o PT engrenar uma boa estratégia para Dilma, aposto com quem quiser que a polêmica sobre a campanha na internet passa rapidinho. Só não sei para que lado devemos torcer: se a Dilma engrena, santo Deus... mas por outro lado, a internet tem que ser livre. Aliás, este é outro tema a acompanhar de perto: a decisão do nosso congresso sobre a campanha na internet. Esse povo sente saudade da ditadura. Tem verdadeira paúra de tudo aquilo que não possam controlar - e a internet é o ente mais simbólico do que poder nenhum pode controlar. Esta questão merece nossa (eu, que escrevo na web; vc, que lê isso na web) atenção. Embora ache que o PT não ia correr atrás do "homem por trás" de Obama se tivesse intenções reais de limitar o debate. Enfim, veremos..
Fugi de onde queria, mas retorno: A frase "entender como estabelecer relações com as pessoas e usar estas relações para pedir que elas se mobilizem por sua causa" é um achado. É marketing em sua mais pura essência. Aí está a solução e o problema: solução para o marketing político alavancar e continuar decisivo na corrida eleitoral. Problema porque um marketing eficiente provavelmente encobrirá o que há de mais relevante no cenário político: o debate entre ideias. Todo mundo vai querer parecer ser santo - para, quando eleitos, decepcionarem. Decepção óbvia, claro, porque santo ninguém é. Mas, com um marketing robusto, muita gente acredita que votou em um. Afinal, política, no dia a dia, é uma batalha das mais humanas, para não dizer menos santas. E aí tome protesto, popularidade em queda, desilusões com o outrora santo. É ou não é, Barack Obama?

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1 Comentários:

Às 24 de setembro de 2009 às 11:42 , Blogger Unknown disse...

A grande questão é que com a velocidade da internet os "podres", "gafes" são divulgados em uma velocidade tremenda.
é possível verificar na votação contra o uso da internet os devedores, pois estes temem!!!!

 

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